Acesso à hierarquia superior.

Luís Jordão, Apontamentos Datados, Lisboa, Esforço Conjunto de Audiplano e Arte e Edições, 2004, 96 pp.

Cepticismo

«Tal caco tal caqueiro»
«Guerreando, guerreando, vão fazer as pazes à cevada»

Estas frases apanhadas numa conversa entre alentejanos sobre o processo da regionalização, são elucidativas da opinião que o faz-que-faz-mas-não-faz, ataca-aqui-cede-ali, diz-hoje-desmente-amanhã, praticados pelos políticos que nos governam e têm governado nos últimos anos, tem provocado neste povo tradicionalmente enganado.

É evidente, que este cepticismo enraizado nas populações e consolidado pela permanente desinformação, não ajuda em nada.

Todavia, é preciso que os alentejanos acreditem que a regionalização é imprescindível, É preciso que os alentejanos creiam num projecto de desenvolvimento integrado abrangendo todo o Alentejo, um só Alentejo. É preciso que os alentejanos ponham a sua indiscutível capacidade e criatividade a trabalhar e façam coisas, invistam no Alentejo.

É, sobretudo, preciso que os alentejanos lutem por tudo aquilo a que têm direito, isto é, a serem donos do seu próprio destino.

Falar construtivamente de regionalização e desenvolvimento é falar das pessoas, é falar de evitar a desagregação das famílias provocada pela emigração ao longo dos anos, é falar da possibilidade de regresso acreditando, é sentir que o próximo século pode ser o século do Alentejo e dos alentejanos.
 

 

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