- 1 -
— Podes fazer-me
o favor de me dizeres as horas?
— Olha, está na
hora de pagares o que me deves.
— Desculpa lá,
mas tens o relógio adiantado!
- 2 -
— Diga-me lá,
então, onde é que já serviu?
— Minha senhora,
já servi em várias casas, não só cá, mas também em França e em
Espanha.
— E são muito
diferentes os pratos, nesses países onde trabalhou?
— Não, minha
senhora. Partem-se da mesma maneira que os nossos.
- 3 -
— Ó mãezinha, os
soldados têm medo de perder os pés?
— Não, meu filho.
Porque perguntas isso?
— É que eles,
quando vão a marchar, estão sempre a contá-los: um, dois, um, dois,
um, dois...
- 4 -
O preso para o polícia que o está a guardar:
— Lá me fugiu o
chapéu com a ventania que faz! Posso correr atrás dele para o
apanhar?
— Não queria mais
nada? Ia atrás dele para não mais voltar?! Não senhor! Fica aqui.
Quem vai correr atrás do chapéu sou eu.
- 5 -
Num hotel de cinco estrelas, um cliente
senta-se à mesa do restaurante. Pega no guardanapo, que está em cima
do prato, e ata-o ao pescoço. Escandalizado, o gerente chama um dos
empregados:
— Trate de fazer
entender àquele senhor, diplomaticamente, que não deve pendurar o
guardanapo ao pescoço.
Sorridente, o
empregado aproxima-se do cliente e pergunta-lhe:
— O que é que o
senhor deseja: barba ou cabelo?
- 6 -
Num restaurante da baixa lisboeta, o cliente
para o empregado:
— Faz favor,
traga-me um caldo-verde.
— Desculpe, mas
aqui não se faz caldo-verde.
— Não se faz
caldo-verde?!
— Não senhor! O
cozinheiro é do Benfica.
- 7 -
— Eh pá, esse
relógio é de categoria. Onde é que o arranjaste?
— Ganhei-o numa
corrida.
— Numa corrida?
Contra quem?
— Contra o dono e
um polícia.
- 8 -
No consultório, o médico para o doente:
— Posso
afiançar-lhe que não tem nada. O senhor pode ir descansado.
— Ainda bem, Sr.
Doutor. Quanto é que lhe devo?
— Cento e
cinquenta euros.
— O Sr. Doutor
vai ter de me desculpar, mas, por esse preço, tem que me arranjar
uma doença.
- 9 -
À saída da igreja, o padre dirige-se a uma
paroquiana e diz-lhe:
— Há muito tempo
que não tenho o prazer de ver o seu marido acompanhá-la. É por
socialismo ou por ateísmo?
— Pior, senhor
prior, muito pior. É por reumatismo.
- 10 -
Na redacção de um jornal diário, entra
furiosa, indignada, uma actriz com pretensões ao estrelato, mas com
um brilho ainda meio apagado. Dirige-se ao redactor de serviço e
pergunta-lhe:
— Foram vocês que
tiveram a ousadia de dizer que eu sou uma má artista?
— Não, minha
senhora, deve ter sido outro jornal. Nós nunca damos notícias que já
toda a gente sabe.
- 11 -
— Paizinho,
deixas-me levar a televisão para o meu quarto?
— Estás tolo,
Luisinho. Agora é impossível. Tens que esperar que acabe a tourada.
Só o touro pesa mais de quinhentos quilos.
- 12 -
— Tu nunca dás um
passeio a pé ao fim da tarde?
— Nunca! Nem
pensar!
— Então para que
te servem os dois pés?
— Um é para
travar; o outro para acelerar.
- 13 -
No consultório, uma senhora muito gorda
pergunta ao médico:
— O senhor doutor
acha, então, que eu posso comer de tudo?
— Pode sim, minha
senhora, mas apenas uma vez por semana.
- 14 -
— Zequinha, chega
já aqui depressinha.
— Sim, mamã. O
que foi que aconteceu?
— Ouve lá, quem é
que tirou a peça de carne que estava no frigorífico?
— Fui eu, mamã.
Dei-a a um menino que estava cheio de fome.
— Fizeste muito
bem! Uma boa acção! E quem era esse menino?
— Era eu, mamã.
- 15 -
A patroa para a criada:
— Ouça lá,
senhora Engrácia, estou muito decepcionada consigo!
— Então porquê,
minha senhora?
— Já viu como
estão os móveis? Acabo de verificar que ainda não os limpou. Têm uma
camada com pelo menos uns três ou quatro meses de sujidade!
— Três ou quatro
meses, minha senhora?! Então isso não é comigo! Ainda não há um mês
que estou ao serviço da senhora.
- 16 -
— Ouvi dizer que
foi você que se salvou do naufrágio...
— Exactamente!
— Como é que
conseguiu?
— Foi muito
simples! Cheguei tarde ao cais e o barco já tinha partido.
- 17 -
Pergunta um
banqueiro a um candidato ao emprego:
— Ora responda-me
a esta pergunta: quais as suas habilitações para se candidatar?
— Sei ler,
escrever e contar.
— E acha-se
habilitado a tomar conta da caixa?
— Sim, senhor!
Fui tambor no regimento.
- 18 -
Dois jovens discutem acaloradamente problemas
de ordem laboral. Um deles afirma:
— Ninguém
contribui mais para levantar as classes trabalhadores do que o meu
pai.
— Então porquê? É
político?
— Não. É o dono
de uma fábrica de despertadores.
- 19 -
Uma senhora entra apressadamente numa loja de
utilidades e pergunta ao empregado:
— O senhor tem
peneiras?
O empregado olha
espantado para a senhora, cora até às orelhas e responde-lhe:
— Eu não, minha
senhora, apesar de ser dos mais antigos da casa.
- 20 -
Na esquina de uma rua, um mendigo, de bengala
e óculos escuros, vai lançando o pedido, sempre que ouve passos a
aproximarem-se:
— Meu rico
senhor, tenha compaixão de mim. Sou um pobre ceguinho com uma grande
família para alimentar.
— Ouça lá,
afinal, quantos filhos é que o senhor tem?
— Não lhe posso
dizer, meu rico senhor. Sou ceguinho, não vejo.
- 21 -
No consultório, o médico está indignado com o
paciente:
— Parece
impossível! O senhor parece que não está a ligar nada ao que lhe
digo! Receitei-lhe estas cápsulas para tomar a seguir às refeições e
o senhor tem o descaramento de me aparecer aqui com o frasco por
abrir? De que está à espera?
— Das refeições,
senhor doutor.
- 22 -
— Ouve lá, és
capaz de me dizer em que língua é que falam os espíritas com as
almas do outro mundo?
— Não faço a
menor ideia. Qual?
— Em latim, que é
uma língua morta.
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