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Perante o espólio de Fernando de Morais Sarmento, compulsados os diferentes dossiers, constatámos que eles constituem uma interessante colecção de documentos, que o dono foi reunindo ao correr do tempo, sem a preocupação de rigor cronológico e classificativo.

Relativamente à documentação fotográfica, bastante importante pelo avultado número de exemplares arquivados, deparámo-nos com documentos que mostram aspectos diversos da região aveirense, que foram sendo colocados nos álbuns à medida que iam sendo encontrados ou disponibilizados, sem a preocupação de registo dos nomes dos fotógrafos, talvez na maioria dos casos já olvidados pelo volver do tempo, do registo das datas e do esclarecimento mediante legendas explicativas. Só em casos muito pontuais encontrámos um anexo dactilografado com um breve texto explicativo e com os nomes das figuras fixadas para a posteridade. Na quase totalidade, nada de informação escrita. Apenas fotos e postais que foram sendo acrescentados, acontecendo, não raras vezes, depararmos com fotos em formatos diferentes mostrando rigorosamente as mesmas imagens, que já havíamos encontrado anteriormente. Cópias reproduzidas por diferentes casas fotográficas a partir dos mesmos negativos? Reproduções de imagens cedidas por amigos?

Perante uma tal heterogeneidade temática, optámos pela digitalização global e retoque de todas as imagens para, em seguida, as disponibilizarmos gradualmente, à medida das disponibilidades de tempo, devidamente organizadas por temas. Face à total ausência de elementos cronológicos e de legendas explicativas, adoptámos como solução a sua distribuição por áreas afins, sem a preocupação de colocarmos de imediato legendas explicativas, deixando estas para uma fase posterior, após cotejo com outra documentação que nos tem chegado ou com outras fontes impressas cuja temática esteja centrada na história ilustrada da nossa cidade.

Disponibilizados todos os documentos icónicos (fotografias e postais ilustrados) na Internet, passámos aos arquivos em formato A4, geralmente dossiers de argolas, onde Morais Sarmento foi reunindo documentos impressos e também fotográficos relativamente a quatro temas distintos: Clube dos Galitos (3 dossiers); Glórias do Teatro Amador Aveirense (3 dossiers); Fábrica Aleluia (1 dossier); Coral Vera Cruz (1 dossier).

Também aqui estamos perante uma colecção de documentos que foram sendo reunidos à medida que Eolo foi soprando as velas do Tempo. Também aqui ficámos como o caminhante perante uma encruzilhada com vários destinos. Por onde seguir? Qual a primeira etapa na nossa viagem pelos quatros destinos?

Como com pequenos passos se podem fazer longas caminhadas, decidimos tomar o rumo de Vera Cruz, que neste caso não é uma terra distante para além do mar, mas um importante grupo de vozes, cujo embrião foi gerado na Paróquia da Vera Cruz de Aveiro. Tomado este rumo, quiçá iluminados por uma vera Cruz, ainda que carecendo de bússola e astrolábio num grosso e encapelado mar de documentos, cujo interesse ultrapassa o coral dos nossos mares, porque respeitante também a outras terras e a outras gentes do nosso país, quando não de outras ainda mais distantes, decidimo-nos socorrer da experiência de outros nautas em históricos mares. À semelhança do que outros fizeram com as efemérides e história desta nossa cidade de Aveiro, considerámos que a melhor forma de aproveitarmos os valiosos documentos reunidos será a de criarmos uma cronologia histórica do Coral Vera Cruz, tão completa quanto possível, disponibilizando como complemento e enriquecimento dos nossos registos tudo quanto foi impresso e documentado fotograficamente.

Infelizmente, também aqui, alguns recortes de jornais e fotografias anexadas carecem de um correcto registo. Não apenas lhes falta a indicação dos nomes dos jornais onde as notícias foram publicadas, como a maior parte dos documentos fotográficos não apresenta qualquer registo de data ou evento. Esperamos, no entanto, que estas lacunas possam ser superadas com algumas horas de pesquisa na biblioteca pública da nossa cidade.

Importa aqui deixar registado que, relativamente ao Coral Vera Cruz, temos duas fontes documentais: um pequeno dossier com fotocópias, compilado por Evangelista de Morais Sarmento, infelizmente sem a indicação, quase sempre, das datas e nomes dos jornais, e um arquivo de argolas de Fernando de Morais Sarmento, com recortes de jornais, fotografias e programas de encontros corais. Neste volumoso arquivo de argolas, o primeiro registo respeita ao Natal de 1970; o último leva-nos até às bodas de prata, em 18 de Junho de 1994.

Não ficaremos limitados a este espaço de tempo. Embora o Coral Vera Cruz só possa ter oficialmente os seus começos em Março de 1970, altura em que é pela primeira vez apresentado como tal nas cerimónias da Semana Santa deste ano (29-03-1970), iniciaremos os nossos registos pela génese deste grupo, recuando até ao ano de 1968. E o último recorte extraído por Evangelista de Morais Sarmento permitir-nos-á chegar até 18 de Junho de 2005.

Certamente que, com base exclusivamente nos documentos do espólio Morais Sarmento, vários hiatos irão inevitavelmente surgir na História do Coral Vera Cruz, uma vez que, segundo cremos, não deverão estar connosco todos os documentos respeitantes às actividades deste grupo. No entanto, as novas tecnologias permitem-nos que, em qualquer momento, com a colaboração de todos, essas lacunas possam desaparecer. Significa isto que a História do Coral Vera Cruz ficará tanto mais completa quanto maior for o contributo daqueles que consultarem estas páginas e sejam detentores de conhecimentos ou de documentos.

Se és elemento do grupo ou a ele pertenceste em tempos, se tens conhecimentos ou guardas documentos impressos ou fotográficos relativos às actividades relacionadas com este grupo, não os guardes avaramente. Depois de morreres, certamente irão ficar esquecidos, se não forem parar ao lixo. Aproveita-os agora. Partilha-os. Poderás dar um valioso contributo a toda a comunidade e deixar também aqui registado o teu nome e a tua memória. Contacta-nos através do correio electrónico.

Henrique J. C. de Oliveira

henriquejcoliveira@gmail.com

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