"Quando
conhecemos demasiadamente bem uma pessoa, ser-nos-á mais fácil
captar-lhe os defeitos do que as qualidades. Sobretudo quando se trata
de grandeza. A grandeza, como as montanhas, precisa de ser avaliada de
longe."
Fernando
Namora
Quando me motivaram para a realização de uma homenagem publica ao ATITA,
aderi pronta e emocionalmente à ideia, percebendo, também, a
singularidade do gesto e a justeza do acto, mesmo sabendo que se vive
numa época em que homenagens interesseiras ou de duvidosas razões se
espalham um pouco por todo o lado.
Neste colectivo aveirense de algumas dezenas de milhares de almas, o
ATITA é uma pessoa mais do que conhecida; é um cidadão popular e de
referência obrigatória no âmbito do desporto e no da natação em
particular. Não propriamente pelas suas excepcionais capacidades
técnico-desportivas, mas, antes, pela grande disponibilidade pessoal,
pela alegria, pela elementar e fácil comunicação que estabelece com os
seus concidados.
O ATITA tem desempenhado um papel que muitas vezes nos escapa,
preocupados que andamos todos com os afazeres sociais, profissionais ou
com a competência e o rigor das nossas acções: o ATITA tem sido,
fundamentalmente. um animador desportivo, exercendo essa função de modo
natural, espontâneo e com alegria, permanentemente, um pouco por todo o
lado onde se encontre. Que o digam as crianças, as quais, com a sua
ingénua e infantil sensibilidade, fácil e rapidamente encontram no ATITA
uma referência e um amigo com quem brincam até e com quem fazem uma
simples, autêntica e sã relação de fraternidade e recíproca simpatia.
A grandeza dos homens não se mede só
pela bondade, pela inteligência, pelas grandes acções, pelo poder, pela
riqueza. A grandeza dos homens também se mede nos gestos mais simples,
mais humanos e solidários da vida; só que, às vezes, precisamos mesmo de
tempo e até de distancia – como diz o escritor – para o compreender. ATITA, os nossos filhos são testemunhas vivas de que mereces esta
homenagem. Bem hajas.
Armando França |