À entrada do edifício onde se encontravam alojados, perto de Henley, os rapazes de Aveiro posam para os fotógrafos ingleses.

Ricardo da Benta, José da Naia, Carlos da Benta, José Alberto de Lemos, João de Sousa, Carlos Roque, Albino Neto e Felisberto Fortes. Manuel Matos, Luís Machado (timoneiro) e António Pinheiro (chefe da equipa).

OS GALITOS NOS JOGOS OLÍMPICOS

Não foi sem grande soma de esforços que ao remo português se há reconhecido, exactamente aquém-fronteiras, categoria internacional...

Tudo servia aos peregrinos detractores, desde a falta de estilo até à carência de treinos sob determinada orientação. Na imprensa, e nos... bastidores, a «batalha» foi longa e árdua por vezes. As vitórias sobre a Espanha, aos olhos dos iluminados derrotistas, nada queriam dizer...

Proclamava-se, aos quatro ventos, que os nossos vizinhos eram os últimos da Europa na modalidade e que nós... ocupávamos a penúltima posição!

Claro que os melhores remadores de Portugal ― aveirenses e caminhenses ― não eram positivamente das terras de tais Quixotes...

O curioso é que, com referência à construção de uma pista de remo em

Aveiro já se vai escutando certo sussurro de despeito. Como não têm possibilidades de a terem ao pé da porta. vá de não a quererem construída à porta dos outros,..

Mas, como se ia dizendo, os XIV Jogos Olímpicos tiveram o condão de pulverizar definitiva e... irrevogavelmente tão discrepantes vozes.

Representando Portugal em «shell» de «oito», a equipa dos Galitos (6 m, 10 s, 5/10) perdeu com o Canadá (6 m. 7 s. 2/10) mas bateu o Eire (6 m. 30 s. e 6/10) na 3.ª série. Na repescagem, os aveirenses (6 m. 11 s. 3/10) bateram a Argentina e a Jugoslávia. Por haver sido batido pela Noruega (6 m. 49 s. 9/10) nas meias finais, Portugal (6 m. 49 s. 5/10) perdeu o direito de alinhar na final, ganha pelos Estadas Unidos (5 m. 56 s. 7/10) à frente da Grã-Bretanha (6 m. 6 s. 9/10) e Noruega (6m.10 s. e 3/10)

Concorreram tripulações representativas de doze países da Europa e da América.

Mercê da sua actuação, os atletas de Aveiro, prestigiando o desporto nacional no estrangeiro, haviam simultaneamente demonstrado, de maneira insofismável, a real categoria do remo português.

UMA DUPLA VITÓRIA PORTUGUESA NAS REGATAS OLÍMPICAS DE 1948

Em cenário característico, bem conhecido dos desportistas de todo o mundo, a equipa do Clube dos Galitos triunfa brilhantemente em representação do nosso país, das fortes equipas nacionais da Jugoslávia e da Argentina.