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Almanaque
Desportivo do Distrito de Aveiro 1950, pág. 40. |
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DEOLINDA VIDINHA
Num país onde a mulher vive
quase divorciada das práticas desportivas, o caso de Deolinda
Vidinha é digno duma referência especial. Grande entusiasta dos
desportos, sentiu-se todavia inclinada para o ciclismo, em que se
iniciou bastante nova. Fisicamente bem constituída e saudável, não
lhe era difícil «galgar» quilómetros e quilómetros em andamento
veloz, o que despertava a curiosidade de quantos nela atentavam. Não
surpreende, portanto, que o nome de Deolinda Vidinha passasse a
andar de boca em boca de centenas de pessoas, tornando-se uma figura
popular da velocipedia regional.
Esta popularidade alcançou
a consagração no dia em que venceu com um «élan» impressionante a
prova Costa Nova-Aveiro, em representação do Angeja S. C., depois de
destroçar as pretensões de um grupo de companheiras.
Por inexistência de provas
femininas, houve no entanto que dar por finda a carreira, que mal
chegou a esboçar-se.
Deolinda Vidinha – a
Vidinha de Angeja, como o povo a crismou – nasceu em Estarreja a 19
de Outubro de 1922. |
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ANÍBAL CARRETO
Não se disputava ainda a
«Volta a Portugal»... O «Porto-Lisboa» era a prova máxima do
calendário ciclista nacional, aquela que mais fascinava as
multidões.
Vencendo, em 1925, no tempo
de 15h. 42m. a grande tirada – sexta da série – Aníbal Carreto,
natural de Couvelha, Paredes do Bairro, viu o seu nome inscrito na
lápide onde só os autênticos campeões podem figurar...
De resto, dois outros
ciclistas do nosso Distrito ganharam a corrida famosa: Joaquim Dias
Maia e Manuel Pires, o primeiro de S. João de Loure
(Albergaria-a-Velha) e o segundo bairradino como Carreto.
Efectivamente, Maia venceu o III, em 16 h. e 10 m. e Pires o VII,
gastando 15 h. e 4 m. e 25 s. a concluir o percurso.
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Além do seu triunfo no «Porto-Lisboa»,
muitos outros juntou, sempre em representação do Sport Club
Conimbricense, batendo todos os «ases» de então, como Mil Homens,
Baltazar Falcão, Rijo da Silva, Kairel, Pereira da Conceição,
Raposo, Pires, Manuel Seixas...
Em 1927, ganhou também uma
«Volta a Portugal», organização do jornal «Sporting», que precedeu
as da série de hoje.
Imperecível nome da
velocipedia de antanho, A. Carreto ilustra por mérito absoluto este
ALMANAQUE. |
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