À
semelhança de todos os exercícios naturais, as origens do pugilismo
perdem-se na imperscrutável névoa do passado mais longínquo.
Na antiga Grécia, o
pugilato, irmão mais velho do boxe, começou a ser incluído no
programa dos Jogos Olímpicos a partir de 688 A. C..
A história do boxe moderno
principia com James Figg, que foi considerado em 1719 como o
primeiro campeão britânico, disputando-se os combates a punhos
nus... As luvas só muito mais tarde apareceriam, quase no final do
século XIX.
Em Portugal, a prática da
chamada «nobre arte» é algo mais recente. Embora já anteriormente
cultivado, pode dizer-se que só a partir de 1913 o pugilismo ensaiou
entre nós seguros voos, sendo Silva Ruivo o primeiro a abraçar o
profissionalismo. |
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No Distrito, salvo algumas
tentativas depressa malogradas, e as que se verificaram em Aveiro e em
Espinho foram as mais curiosas, nada de notável se registou.
Desporto de combate, com uma ou
outra raiz mais profunda somente nos grandes centros, o boxe não passou
de qual outro efémero clarão no firmamento regional.
Todavia, dois dos maiores
pugilistas portugueses de todos os tempos, que figuraram à cabeça de
sugestivos cartazes em celebrizados ringues da Europa e das Américas,
nasceram em Ovar —
José Santa —
e em Ílhavo —
Horácio Velha. Ambos tiveram à mão, por assim dizer, cobiçados títulos
de glória. Apenas lhes faltou saberem estender os braços, se é que,
mundo além, indivíduos dos mais baixos escrúpulos não chegaram a desviar
os de José Santa do próprio título mundial!
Se no país o boxe parece estar
agora em eclipse parcial, no nosso Distrito não resta dúvida de que o
pugilismo se encontra há muito em total eclipse. |