MUSA ALENTEJANA
DEDICAÇÃO
Soneto de AMÉRICO PAIVA
Que terra doutras terras irei ver,
andar, sentir, ou mesmo venerar,
que possa valer mais, ou suspender
meu nobre coração em seu pulsar?...
Que terra, sim, me pode converter,
por muito que se imponha seu
brilhar,
se nunca pensei noutra, nem sequer
a terra de que sou é de trocar?...
Que terra pode, pois, e, peito a peito,
dizer que tem ao pão igual
direito,
se o pão é sua cruz de eterno dano?...
– Se o Mundo, para mim, é este mundo
de mundos, e, motivo tão profundo,
só posso ser, portanto, alentejano!
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