Arco do Castelo de Moura
Versos
de JOAQUIM COSTA
(Desenho de Álvaro)
Aquele Arco do Castelo
Com seu quê de tempos idos
Nas velhas pedras já gastas,
Certos sons, ecos perdidos
Que tu, memória, lhe ouviste,
Lembranças duma outra idade
Deitou luto, fez-se triste,
Pôs o burel da saudade.
Tem sempre por companhia
A miséria e a pobreza,
Certas almas corrompidas,
Desprezíveis, espezinhadas...
Foge dele a luz do dia,
Fica à porta envergonhada
Com receio de lá entrar,
E até a própria calçada
Parece sofrer, chorar,
Por se ver assim pisada
Pelos pés de tantas vidas
Mesquinhas
E desgraçadas...
Faz-me pena aquele arco
Vetusto, cheio de glória...
E nunca quem ali passa
Pensou na sua desgraça
Ou lembrou a sua história.
––o–O–o––
JÁ SABIA?
– Um frasco cheio de pirilampos irradia uma
luz muito mais forte que a das lâmpadas eléctricas.
– O rei Salomão teve 700 esposas.
– Alguns indígenas das Filipinas crêem que a Humanidade saiu duma
comprida cana com dois nós – dum, saiu a mulher e do outro, o homem. |