Os adubos e a acidez das terras
AGRICULTURA
Ao enumerar as razões da preferência que a
Lavoura manifesta pelo Nitrato do Chile destacamos já a que resulta de,
além do azoto, conter vestígios dos chamados elementos raros
considerados hoje tão necessários como aquele elemento nobre da
fertilização.
Os problemas ligados com a acidez das terras
não apresentam menor interesse.
Sabe-se que existe diferença apreciável
entre o aproveitamento pelas plantas do azoto nítrico (Nitrato do Chile)
e das outras formas de azoto. Esta diferença de rendimento foi durante
muito tempo atribuída às perdas que se produzem na transformação dessas
formas de azoto para o estado nítrico, única forma em que as plantas o
assimilam. A ciência moderna atribui este menor rendimento em grande
parte à acidez que se produz nos terrenos por efeito daquelas
transformações.
O
problema da acidez das nossas terras toma hoje aspectos graves,
sobretudo no norte do País, devido ao emprego de fortes estrumações e à
abusiva aplicação de alguns adubos químicos.
Como se sabe a reacção neutra favorece o
desenvolvimento das bactérias humificantes e nitrificantes. A reacção
ácida dificulta o desenvolvimento das bactérias úteis e produz a sua
destruição, além de constituir campo propício ao desenvolvimento de
fungos nocivos. A maior parte das culturas produzem melhor em terrenos
de reacção próxima da neutralidade.
O emprego do Nitrato do Chile, adubo de
reacção alcalina, reduz a acidez das terras contribuindo pois, desta
forma, para manter melhores condições de produtividade.
Este é outro motivo da superioridade do
Nitrato do Chile, explicando a preferência que a Lavoura lhe dá. |