Sou aveirense e é com elevada estima que, em
primeiro lugar, homenageio a família de Manuel Firmino, ilustre senhor
que doou o terreno onde, pela primeira vez, foi construído o Mercado
Municipal de Aveiro.
Residindo em frente a este edifício, ao
longo da minha vida fui acompanhando a sua vivência, dinâmica, alegria,
energia e cor: todo o processo evolutivo que o referido espaço teve.
Assisti à tentativa da sua recuperação e,
com grande tristeza minha, também à sua demolição. Sublinho tristeza
pois, na minha mente, ainda hoje estão presentes todo o burburinho e
animação que logo pela madrugada faziam as lavradeiras, quando esperavam
ansiosamente pela sua abertura, no intuito de conseguirem os melhores
cantinhos para expor as suas vendas.
(1)
Passaram-se cerca de sete anos, mas valeu a
pena esperar!
Depois de avanços e retrocessos, horas e
horas de muito esforço e de toda a perseverança dos que nele
trabalharam, contamos actualmente com um novo espaço no qual, com muito
bom gosto, se expõem os "gostos bons" desta e de outras terras.
Mas, porque esta obra também só foi possível
graças ao empenho dos digníssimos autarcas e colaboradores que têm
contribuído para o desenvolvimento e modernidade desta cidade, também
aqui lhes presto a minha homenagem.
Para mim foi um privilégio ter assistido,
passo a passo, ao crescimento deste novo mercado. E porque este processo
não me passou de forma indiferente, gravei com muito carinho alguns dos
momentos mais marcantes da sua edificação e ocupação: momentos, esses,
que passo a partilhar convosco!
Lourdes da Silva Almeida
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(1) -
A imagem inserida neste texto de
Lourdes Almeida não consta da publicação original. Todavia, outros, à
semelhança dela, também acompanharam o burburinho e a vida que envolvia
o mercado. É o caso de
Américo Carvalho da Silva, um aveirense conhecido
de todos no seu tempo, porque era o único recoveiro da cidade de Aveiro.
Também ele teve o cuidado de registar um dos muitos momentos da vida em
torno do Mercado Manuel Firmino. (HJCO)
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