Girão Pereira
Em sua memória (1938-2015)

 

Descer pelo Vale do Vouga,

Das margens do Alfusqueiro,

Com garra, viver por causas...

Com amarras em Aveiro!

. . . . . .

Se o Vouga não trouxesse,

Da serra, um fresco cantar,

Talvez, por Aveiro, houvesse

Só a rouca voz do Mar!

. . . . . .
Corre o Vouga no Faleiro,

Corre em Cambra o Alfusqueiro

Uma só corrente são

Chegando a terras de Aveiro!

. . . . . .
O Vale do Vouga, na insígnia,

Tem o louro dos Heróis!?

Tem seu Povo, no desígnio,

O ser "Senhor de Lafões!"

. . . . . .
Vem do Vouga, em cada dia,

Das aldeias, dos ribeiros.

Água doce, fresca e fria,

Temperar a salga de Aveiro!

. . . . . .
Desde antes do almocreve

Até ao tempo que aí vem,

Quanto Aveiro ao Vouga deve

Amor, Labor, Alma. O que tem?

. . . . . .
Pelo Vale do Rio Vouga

Vai um Povo aventureiro...

Vem dar mais corpo e mais alma

À vida em Terras de Aveiro!

. . . . . .
A voz do Vouga faz-se ouvida,

Desde a Serra até ao Mar.

Ninguém chora à partida.

Todos cantam ao chegar!

. . . . . .
Quanta força o Vouga tem!

Quanta riqueza quer dar!

Se um Povo se lamenta...

Nem para o Vouga sabe olhar?

. . . . . .
Pobre aveirense é só quem

Esquece que a Natureza

Dotou Aveiro de dons

E não lhe enxerga riqueza!

. . . . . .
Culto Aveirense é quem lembra,

Em culta diversidade,
A história, memória com honra...

E que Figuras da Cidade!?


(À memória de um vizinho de Aveiro)

 

09-01-2021