Eu
encontrei um escolho
No meio do meu caminho;
E de tão grande que era
Derrubou o muro, a hera
E destruiu o meu ninho.
Esvoaçam andorinhas
Soltam gritos, assustadas.
Perderam rumo, o tino,
Pois sentem-se ameaçadas.
Procurei então amigos,
Que eu julgava "dos meus olhos".
Eram tantos os perigos,
Numerosos os escolhos...
Aconselharam-me então
Que os escolhos derrubasse
E numa guerra entrasse:
Guerra de ódio e perdição.
Amarfanhasse a emoção
Até conseguir vencer
Com toda a força e poder
O escolho que tapava
Da minha vida a entrada.
Nada disto resultou.
Acho até que piorou
Tão grave situação.
Foi então que eu senti
O toque daquela mão!
Trazia paz e amizade
E feliz reconheci
Meus amigos de verdade.
Ajudaram-me a passar
Entre o escolho e o muro
Por um atalho seguro
Que tinha ao fundo a saída.
Afinal que fácil era
Contornar esses perigos.
No muro nasceu a hera
Hoje o escolho é quimera
Porque tenho bons amigos.
Março de 2001
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