A Nudez da Alma

Dai-me... agora!

Dai-me os beijos, os abraços
A ternura e o carinho.
Dai-me o zelo da andorinha,
Que voa até à noitinha
Para construir o ninho.
Dai de beber à minh'alma.
Alimentai meus sentidos.
Não vos tenteis pelos tempos
Porque a vida são momentos
Que em momentos são vividos.
Se tendes amor p'ra dar,
Reparti-o sem demora.
Dai-vos todos por inteiro
Pois o amor verdadeiro
Está presente a toda a hora.
Dai-me tudo enquanto eu viva,
Possa sentir o calor,
O cheiro da Natureza,
Das crianças a pureza
E desfrutar o amor.
Quando morrer, eu não quero
Flores regadas de pranto.
Se tenho de vos deixar,
Deixai-me então repousar,
Repousar no Campo Santo.

Novembro de 2000