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O autor do editorial - Luís Jordão.

■  Editorial
 

… mesmo não chegando à talanquêra

Num país onde os governantes menosprezam ostensivamente a cultura no seu todo, não é fácil uma pequena revistinha de afectos como esta fazer alguma coisa nas áreas da tradição e da cultura local e do ambiente e do património, ainda que de forma livre e esforçada, embora generalista.

E tem-se conseguido, tal como na primeira série, pela mão de Fausto Gonçalves; e agora, ao longo da última década, acreditando que com alguma qualidade, graças aos generosos amigos que bem sabem ser e fazer.

Neste país depois de Abril, a liberdade dolorosamente conquistada permite a denúncia pública das limitações de todas as formas impostas e dos malfazeres dos filhos das contra-revoluções, adoptados inevitavelmente pelo alto poder, bem como pelos poderosos pobrezinhos dos inúmeros polvos que o envolvem e que não passam de partes absurdas da globalização. Todavia, a força destas pequenas publicações, embora bastante se convenientemente utilizada, não chega sequer à talanquêra. Assim mesmo, continuamos a considerar da maior importância a defesa e a divulgação do Alentejo, das suas gentes e da sua cultura; e tomamos a liberdade de desafiar todas as outras regiões do país para, de uma forma ou de outra, o fazerem também, para além daqueles jeitos formatados que se vão fazendo e banalizando.

Inevitavelmente, voltamos a falar do Conselho Nacional das Casas Regionais em Lisboa, pois ele, composto pelas oito regiões (Casa dos Açores, Casa do Algarve, Casa do Alentejo, Casa das Beiras, Casa da Madeira, Casa do Minho e Casa do Ribatejo), pretendia ser um útil e saudável fórum de debate. Acabou! Talvez algum dia alguém o faça utilmente renascer.

Nós, por cá, com as nossas carências e dificuldades, continuaremos mexendo, assim a força das vontades o permitam.

Luís Jordão

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