No Alentejo, em todo o
Alentejo, o uso das ervas é vulgar nas três áreas em título. Por isso, a
partir de agora, em todos os números falaremos de uma. Para hoje
escolhemos o Poejo.
Características
Planta comum em qualquer
vale do Alentejo, sobretudo nos locais mais húmidos. O seu tamanho pode
chegar até aos 50 cm, com as flores roxas ou rosadas. Mal surgem os
primeiros dias de sol primaveril logo brotam e crescem tufões de
folhinhas verdes e viçosas de belos poejos.
Usos medicinais
Conhecido como a “hortelã
dos pulmões”, o poejo tem muitos usos medicinais, sob a forma de chás,
xaropes ou infusões. As suas folhas são utilizadas para aliviar a azia,
fraqueza estomacal, enjoos, má digestão, flatulência, cólicas
abdominais, nervosismo, fermentação e inflamação intestinal, insónia,
irregularidade menstrual e tosse. É um excelente coadjuvante para
estados gripais. A infusão é feita na proporção de 2 colheres de sopa
para um litro de água fervente, tomar 3 chávenas por dia. A ingestão da
planta também é indicada no combate a vermes intestinais.
Uso externo
Apresenta propriedades
anti-sépticas e cicatrizantes.
Outros usos
Esta planta é também
utilizada em alguns pratos típicos da região como a sopa de cação, sopa
de feijão e também como tempero na preparação de pratos de peixe e
saladas. Na açorda d’alho, hoje mais conhecida como açorda alentejana,
há quem prefira o gosto do Poejo ao do paladar do coentro e ainda quem
ache que o ideal é a mistura dos dois. O licor de Poejo é, também, muito
apreciado, não só pelo gosto mas também pelo seu aroma e cor.
Contra-indicações
O Poejo não deve ser
consumido em grandes quantidades pois possui uma substância que em doses
exageradas é tóxica. Também não é recomendável o seu uso na gravidez,
especialmente durante os três primeiros meses; ou quem padeça de úlcera
duodenal.
In Plantas medicinais da Serra d’Ossa
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