A antiga vila de Terena
está situada a três km do Alandroal, sobre um mamelão que se levanta
entre as ribeiras de Alcaide e Terena ou Luceféci, ambas afluentes do
rio Guadiana, e sobre a antiga estrada que, vinda de Barcarrota, em
Espanha, passava por Alconchel e cruzava o Guadiana na foz da Luceféci.
A sua fundação é
remotíssima, tendo a fortaleza começado seguramente por ser um castro de
povoamento.
Quando os cartagineses
desembarcaram no Algarve, no ano 401 a. C. e subiram o vale do Guadiana
(anas), era já Terena uma grande citânia, centro de muita importância
política e militar.
Havia nela um grande
templo dedicado a Endovélico, a divindade superior dos antigos
lusitanos, e que aqueles aproveitaram e remodelaram para o consagrarem
em conjunto ao deus lusitano e a Vénus e Cupido.
Durante o domínio romano,
Terena parece ter conservado a sua importância, tanto militar como
política e económica.
Ignora-se o que se passou
em Terena durante o domínio dos suevos-alanos e dos visigodos; supõe-se,
porém, que foram os alanos, ao abraçarem o cristianismo, que
transformaram em igreja o templo de Endovélico; mas sabe-se que os
mouros quando invadiram esta parte da Lusitânia, destruíram
completamente a povoação de Terena, e deserta a encontrou Gil Martins,
fidalgo da corte de D. Afonso III, quando a veio reedificar/povoar, em
1262.
D. Dinis deu a vila de
Terena a seu filho D. Afonso IV, ainda infante, depois de a ter mandado
repovoar e construir o castelo e a cerca amuralhada em volta da
povoação. Supomos que seja esta a fortaleza desenhada por Duarte Darmas,
que teria sido mandada restaurar por D. Manuel, em 1514, data em que lhe
concedeu novo foral.
Ainda em 1559 estava
em regular estado de conservação. O cardeal D. Henrique mandou
trazer dali 96 colunas de mármore, para as empregar no Colégio do
Espírito Santo, em Évora, onde hoje está instalada a Casa Pia; e,
mais tarde ainda, o Duque de Bragança, D. Teotónio, mandou levar
muitas preciosidades desse templo para o mosteiro de N. S. da Graça,
em Vila Viçosa. |
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