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CANDIDATO A PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE
O CANTE ESTEVE NA RUA EM MOURÃO

 

Luís Jordão

Escultura de Gonçalo Jordão

Chamaram-nos e eles foram, como em tantas outras vezes em tantos outros sítios. Espinha direita e cabeça erguida, com voz tonitruante cantaram, desfilando, com orgulho, a sua história: Lutas, derrotas, vitórias e, se calhar, poucas alturas de felicidade. São dignos filhos da "Pátria Alentejana".

As suas vozes sentidas e poderosas pareceram acordar os deuses. O cante esteve nas ruas e o povo encheu-as vibrando respeitoso.

No fim-de-semana de Páscoa (sábado) deste ano, no âmbito do seu aniversário e não perdendo de vista a importância da luta pela classificação do cante, enquanto património imaterial da humanidade, o Grupo Coral de Mourão organizou um encontro/desfile de corais alentejanos composto por quase uma dezena de grupos, que teve o seu final com o cante em palco.

Escultura de Gonçalo Jordão

Foi esmagadora a sua força, tanto na rua como na sala de espectáculos.

Já tarda que todos interiorizem a real força/importância do cante, sobretudo quem manda e, portanto, decide, especialmente e numa primeira fase, as / 49 / autarquias. Já tarda que actuemos organizados, concentrando esforços em volta de um elemento aglutinador que, por exemplo, pode ser a Moda – Associação do Cante Alentejano, até por justiça pelo trabalho realizado.

Todavia, não é de menor importância salientar, que a Moda nasce a partir do 1.º Congresso do Cante Alentejano realizado em 1997, só possível com a dimensão que teve porque assentou, sobre os seus variados aspectos, na instituição de todos os alentejanos, a Casa do Alentejo, onde ao longo das décadas, apesar, infelizmente, de muitos falarem e poucos agirem/criarem/trabalharem na defesa e divulgação da sua cultura, património e tradições, generosamente e com amor, ainda é dos poucos locais em que isso se vai fazendo.

É de toda a lógica inferir-se, que face aos factos em presença, neste momento, a Casa do Alentejo deverá continuar a ter um papel relevante na luta pela candidatura em causa (embora não se venha notando), outra coisa não se pode / deve esperar... 

Sem dúvida, a hora chegou. Vamos classificar o cante como património imaterial da humanidade. É só mais uma luta.

Escultura de Gonçalo Jordão

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