Também o plano estratégico para Alqueva deve prever e resolver o
problema de abastecimento de água a muitos dos concelhos do Alentejo,
para isso seriam necessários debates alargados sobre a Água –
a exemplo de debate alargado do dia 17 de Setembro de
2007 realizado em Castro Verde por iniciativa da Câmara Municipal sobre:
Gestão da Água, que Futuro? - Bem como a contribuição da Água
de Alqueva para a agricultura do regadio, já que a água deixou de ser
uma miragem e é uma realidade concreta.
Apesar da falta do plano estratégico, um volume de investimento
significativo em olivais – e novos lagares de azeite, sendo de destacar
o novo lagar da Herdade do Sobrado, em / 21 / Ferreira do Alentejo, mas
também os da Herdade do Esporão em Reguengos de Monsaraz e em Moura –
têm contribuído para alterar um pouco a realidade dos campos no
Alentejo, criando uma nova realidade na actividade da olivicultura, com
grandes economias de escala em toda a produção, desde a colheita da
azeitona à produção de azeite e sua comercialização, tudo isto feito
integralmente no Alentejo, o que irá, certamente, dentro dos próximos
anos dar à região um lugar de destaque na produção de azeite em
Portugal, como já acontece com o vinho, cuja qualidade e oferta é
diversificada, e reconhecida a nível nacional e internacional.
A
dinamização das actividades económicas privadas no Alentejo tanto ao
nível primário, secundário e terciário, devem ser acarinhadas e
incentivadas quer pelas autarquias quer pelas populações, porque são
estes investimentos e outros complementares que poderão contribuir para
a criação de riqueza e para o aumento de emprego, logo para combater a
desertificação no Alentejo.
A
floricultura e as horto-frutícolas já instalados no litoral alentejano,
com uma parte da sua produção a ser exportada é outro sector com
potencialidades de crescimento, e com grande valor acrescentado.
Ao nível do sector primário, o regadio é em minha opinião a
actividade onde ainda não existem até agora investimentos relevantes,
parece-me uma actividade amorfa, sem empresários e técnicos
empreendedores e à altura do desafio, que deveria merecer a atenção dos
poderes públicos, tanto a nível governamental, como a nível autárquico,
também e principalmente das associações de agricultores de regadio, que
deveriam organizar-se e ter uma acção muito mais activa e participada no
desenvolvimento da actividade, tentando sensibilizar o governo para esta
realidade e do necessário apoio do novo – talvez último, por isso
indispensável – quadro comunitário de apoio.
A
nível de produção e investimentos primários/secundários na industria, o
eixo Castro-Verde / Aljustrel / Sines representam há muito o pólo mais
dinâmico do Alentejo, as suas actividades continuam em franco
desenvolvimento – foram reactivadas as minas de Aljustrel, fazem-se
novos investimentos em Neves Corvo, e estão em curso Investimentos muito
significativos na zona industrial de Sines, que irão certamente aumentar
a oferta de emprego, e contribuir para o aumento da actividade económica
directa e / 22 / indirecta naqueles concelhos e concelhos limítrofes.
Parece-me indispensável criar novos parques industriais e de serviços,
ou redimensionar os existentes, para responder às necessidades dos
empresários locais e para incentivar a instalação de outras iniciativas
empresariais.
Logo
também aqui as perspectivas do aumento da população se irão fazer sentir
nos próximos anos, com todos os reflexos positivos para a região e para
o incremento das actividades económicas num ciclo duradouro e de
sustentabilidade.
Também no turismo, desde o Alto ao Baixo, passando pelo Litoral
Alentejano, estão previstos investimentos importantes para toda a
região, representando esta actividade em minha opinião, aquela que mais
irá contribuir para a criação de emprego, quer directo quer indirecto,
em que a resposta da actividade da restauração, do artesanato, da
prestação de serviços diversificados, das actividades lúdicas e
recreativas, serão chamadas a responder de uma forma mais empresarial e
profissional.
Não
são só os grandes projectos turísticos que são importantes, também os
residenciais, o turismo de habitação e lazer, os parques de campismo,
praias fluviais em zonas mais interiores e com condições de
sustentabilidade futura – a praia fluvial da Mina de S. Domingos está a
contribuir para novos investimentos e para dar mais vida a toda aquela
zona desertificada – pois só assim se podem atrair novos núcleos
populacionais para as regiões, oferecendo melhores condições de vida, a
preços mais interessantes, atraindo-os e acolhendo-os para que possam no
futuro sentir-se integrados na comunidade local.
Para
completar as actividades económicas, o Alentejo precisa de mais e
melhores vias de comunicação, irá dispor a partir dos próximos anos do
Aeroporto de Beja, o que será importante para toda a região, para todo o
tecido empresarial e para a sua população, espera-se que seja uma
alavanca complementar para novos investimentos e actividades na região,
assim seja gerido por técnicos com a experiência, competência e visão
necessárias.
Só um Alentejo desenvolvido a nível económico, com um
tecido empresarial forte e competitivo, gerador de emprego e criador de
riqueza, poderá um dia aspirar a ser uma verdadeira região:
A REGIÃO ALENTEJO. |