Francisco de Abreu e Sousa não era lapidário de vidro, mas «roçador» e «rolhista»,
tendo-se revelado posteriormente um óptimo compositor químico, profissão
esta que passou a exercer depois dos seus fracassos como industrial
vidreiro.
Não corresponde à verdade que com 13 sócios tenha tomado de arrendamento
a Fábrica de Vidros do Côvo. Segundo escritura pública, constituiu-se
uma sociedade por cotas – ABREU, CASTRO & C.ª – entre Francisco de Abreu
e Sousa, D. António Maria de Castro e Lemos e António da Silva Oliveira,
que exploraram a citada fábrica durante um ano. A mesma sociedade
construiu, então a Fábrica de Bustelo, mas ao cabo de cerca de quatro
anos, deu-se a dissolução da sociedade. Com o capital que recebeu,
Francisco de Abreu e Sousa construiu a Fábrica a Vapor de Cristais e
Vidraça "A Boémia", Ld.ª que é hoje o Centro Vidreiro. Tendo fracassado
como sócio gerente desta sociedade (1921/1922), compra então a Fábrica
de Bustelo, tendo então, isso sim, constituído uma sociedade
–
Fábrica
de Vidros “A Estrella", Ld.ª – com 15 sócios, mas em 1926 teve que se
entregar aos credores, tendo perdido todos os seus valores imóveis que
tinham sido dados por hipoteca, como garantia do pagamento da Fábrica de
Vidros de Bustelo.
Foi Francisco de Abreu e Sousa que trouxe da Marinha Grande para
Oliveira de Azeméis, Augusto de Oliveira Guerra, Teotónio Gil Júnior,
Alfredo Domingues Jubileu, António Pereira Roldão e Manuel Fonseca.
Texto de Aurélio Guerra, para correcção do que é dito na notícia do
jornal “A Voz de Azeméis” de 12-07-1986.
|