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AS CHEIAS DA MINHA RUA
Como é habitual,
Com a primeira chuvada
Da estação invernal,
A rua fica inundada.
Podem pensar que é normal:
A ria, no preia-mar,
Extravasa do canal
E vai a rua alagar.
Mas não moro junto à ria,
Vivo em São Sebastião,
Rua cuja altimetria
Não permite inundação.
Qual será pois a razão
Para a água não esgotar,
Ficar a inundação
Largo tempo sem baixar?
Não é uma, mas são duas
As razões pró enchimento.
As sarjetas cá das ruas
Não lhe dão o vazamento,
Porque estão obstruídas,
Cheias de lixo, entupidas.
A segunda vem dos canos
Dos esgotos pluviais
Que já têm muitos anos
E são estreitos demais,
Não tendo manutenção,
Pedindo renovação.
Já nos disse o Presidente
Que tudo vai arranjar.
Mas sendo pra mim urgente,
Botas de água vou comprar.
29 de Novembro de 2018
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