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RIMAS BINÁRIAS
Caro João Santa Cruz,
Acaso, não te seduz
Vir sozinho até Aveiro,
Para um Encontro
porreiro
Com colegas do Liceu,
Entre os quais estarei
eu?
Ou, então, traz a
mulher,
Com certeza a Júlia
quer.
A tua neta-menina
Comeria, na cantina
Da sua Universidade
Dessa tripeira cidade,
Um almoçozinho só
Sem o avô e a avó.
Aqui, já estás ciente
Que nunca perco um
cliente
Sem fazer um aranzel.
Olha! Traz o Gabriel.
E porque não a netinha?
Era mais uma que vinha
E diria aos
companheiros:
“Eram uns cotas
porreiros,
E
bué de
cool, até,
Como o meu avô o é.”
Deu-me prás rimas binárias,
Sem qualidade,
ordinárias,
E o melhor é parar,
Porque estas rimas em ar
São mais que os peixes
do mar.
Eu bem as tento travar,
Mas sinto-me a derrapar,
Ainda me vou estampar...
Ufa!, a página acabou
E, assim, um fim se
achou,
Com uma cacofonia
Que até o Camões fazia.
Por exemplo, a da
maminha,
Bem mais grave que esta
minha,
Pois fala da anatomia
De uma alma que partia.
Mas a minha é inocente
E nada tem de indecente:
Só sachou o fim de linha
De uma longa ladainha.
1.º Post Scriptum
Olha lá, ó Magalhães!
É verdade que não vens?
Perguntas e Comentário
Magalhães rima com vens?
E até com parabéns?
Há cada rima, também,
Que é mesmo filha da
mãe!
2.º Post Scriptum
Faz lá um esforço, ó João!
Vem mesmo à reunião.
16 de Setembro de 2017
ALCINA
Justificou sua falta
Com uma estadia em
Tábua.
Respondo em nome da
malta:
Sentimos bastante mágoa.
18 de Setembro de 2017
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