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Pai Natal
Quase com Sida
Numa Noite de Natal,
Ao sair da chaminé,
Pai Natal viu uma moça,
Sentada num canapé.
Antes de ir para a caminha,
Estava a ver televisão
E, sobre a roupa interior,
Só tinha um fino roupão.
Quando viu chegar um homem,
A jovem pôs-se a cantar
Uma canção langorosa,
Que fez o Velho corar.
Disse-lhe então o Barbaças:
"Não te ponhas a cantar,
Já passa da meia-noite
E tenho prendas pra dar".
Continuando a cantar,
A impudente garota
Começou a contorcer-se,
Numa dança bem marota.
Exclamou o bom do Velho:
"Deixa-te lá dessas danças,
Pois faz-se tarde e eu tenho
Que ir visitar as crianças".
A mulher, sem o ouvir,
Sempre a cantar e bailar,
Começou, lubricamente,
A pouca roupa a tirar.
O Pai Natal, perturbado,
Sentindo estranho calor,
Implorou, mas em voz baixa,
E muito pouco fervor:
"Ó meu Menino Jesus,
Virgem Maria, José,
Se a gaja se despe mais,
Não caibo na chaminé!"
Conclusão da ficção
Em certas situações,
Até um Santo se tenta,
Mesmo quando a sua idade
Já ultrapassa os oitenta.
03.12.2013
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