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Boletim n.º 18 - Ano IX - 1991

FARAV / 91

A IV Mostra Nacional de Artesanato e XII Feira de Artesanato da Região de Aveiro – FARAV / 91 – decorreu de 3 a 18 de Agosto, nos pavilhões do Parque Municipal de Feiras e Exposições, sendo da iniciativa da Câmara Municipal de Aveiro, com o apoio da Região de Turismo da Rota da Luz, do Instituto do Emprego e Formação Profissional e da Cooperativa de Artesãos "A Barrica". Na inauguração estiveram presentes o Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional, o Governador Civil do Distrito, o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, o Vigário Geral da Diocese, alguns autarcas, deputados e diversas entidades.

O Dr. Bagão Félix, que presidiu à sessão de abertura, teria ocasião de afirmar que "o artesanato já não pode ser visto hoje como há vinte ou trinta anos, um artesanato rural, veiculado sobretudo por pessoas de idade com baixos níveis de qualificação académico-profissional. O artesanato exige uma grande capacidade de marketing, exige também grande criatividade e acesso a camadas cada vez mais exigentes da população, sobretudo camadas jovens. / 42 /

O Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional augurou ainda a criação de um "programa de apoio à recolha, à embalagem, à distribuição e ao escoamento dos produtos", que poderá apoiar as associações de artesãos na sua actividade.

Na mesma sessão, José Branco, representando os artesãos, defendeu uma maior autenticidade do artesanato e apresentou sugestões para a sua preservação e qualificação.

O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro não deixaria passar a presença do Dr. Bagão Félix sem lhe recordar a obra de restauro e de adaptação do antigo edifício da Fábrica Jerónimo Pereira Campos para escola profissional e centro cultural.

A FARAV / 91 teve grande afluência – o que veio demonstrar a sua implantação não apenas na região mas um pouco pelo país; de facto, o certame contou com 150 artesãos e reuniu vinte Câmaras Municipais, duas Associações, quatro Cooperativas, duas Regiões de Turismo, dois Centros de Emprego, um Centro de Artesanato, cento e dois artesãos em nome individual e dezassete artesãos estrangeiros, nomeadamente Peru, Irão, Senegal, Paquistão, Brasil, Marrocos, Paraguai, Guiné, Grécia, índia, Tailândia e Turquia.

Contudo, para além da exposição do diverso tipo de artesanato, como objectos cerâmicos, cestaria, tapetes, cobres, rendas, bordados e bonecos, viram-se 48 artesãos a trabalhar ao vivo, sendo cinco do concelho de Aveiro e todos os outros dos mais diversos pontos de Portugal.

A animação da FARAV/ 91 foi feita pelos seguintes agrupamentos: Rancho Infantil" As Florinhas de Silva Escura" (Sever do Vouga); Rancho Folclórico "Cravos e Rosas", de Oliveira de Azeméis; Grupo Folclórico "O Arrais", de Ílhavo; Grupo Folclórico e Etnográfico "Bairrada Ribeirinha", de Oliveira do Bairro; Grupo Folclórico "Os Camponeses da Beira-Mar; da Murtosa; Grupo Folclórico da Casa do Povo de Angeja (Albergaria-a-Velha); os Cavaquinhos da Nestlé, de Estarreja; Grupo Folclórico da Várzea (Arouca) e Grupo Etnográfico "Terras de Cambra", de Vale de Cambra.

Tal como nos anos anteriores, foram premiados os melhores trabalhos expostos;

– em cerâmica, José Manuel Vieira (Ílhavo); em têxteis, Fernanda Teixeira (Arouca); em madeira, Júlio Moutinho (Gondomar). O Júri não atribuiu prémios nas modalidades de couro e prata, mas distinguiu vários artesãos com menções honrosas: – David Costela, de Aveiro (couro); Cristina Morais, do Porto (têxteis), e José Coutinho, de Gondomar (prata).

O Prof. Celso dos Santos, Vereador do Pelouro das Feiras, subscreveu o seguinte texto no folheto da FARAV / 91:

– "A FARAV / 91, como nos últimos anos, é um duplo certame – a XII Feira de Artesanato da Região de Aveiro e a IV Mostra Nacional e Internacional de Artesanato. Manifestando esta amplidão, ela demonstra com clareza que o artesanato não se deixa diluir na voragem do progresso industrial, mas com persistência se vai revitalizando e modernizando dia-a-dia, dando firmes passos no seu próprio caminho.

Este tem sido, aliás, o motivo que nos incentiva a realizar anualmente a Feira, desde 1980. Mesmo por ela todos nós – as entidades oficiais relacionadas com o sector, os próprios artesãos e a população em geral - temos ocasião de ver como o artesanato se impõe cada vez mais.

Bem o justifica o número de artesãos, as representações municipais, as cooperativas, os centros e as associações de artesanato, os países presentes e o crescendo de visitantes.

Não quero deixar de referir aqui que a FARAV / 91, sendo da responsabilidade da Câmara Municipal de Aveiro, teve a decidida e imprescindível colaboração e o / 43 / precioso apoio da Cooperativa dos Artesãos da Região de Aveiro – A Barrica, da Região de Turismo da Rota da Luz e do Instituto do Emprego e Formação Profissional. O seu esforço e a sua ajuda tornaram possível uma iniciativa útil à colectividade aveirense... e não só. O nosso reconhecimento.

Finalmente, expresso uma palavra de gratidão e de estímulo dirigida a todos os expositores, pela sua participação e presença. Sem eles não se realizaria a FARAV / 91.

Bem hajam".

Do Presidente da Região de Turismo da Rota da Luz, Francisco da Encarnação Dias, são as seguintes palavras:

– "A realização de mais uma FARAV vem confirmar o êxito que as anteriores edições têm vindo a alcançar, sendo uma prova evidente da adesão que os artesãos e as mais diversas entidades ligadas ao artesanato têm manifestado a este projecto.

Sendo a Região de Turismo da Rota da Luz uma região particularmente fértil em termos de artesanato, fruto da grande diversidade geográfica, cultural e etnográfica dos catorze concelhos que a constituem (Águeda, Albergaria-a-Velha, Arouca, Aveiro, Castelo de Paiva, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga, Vagos e Vale de Cambra), forçoso se torna que dedique particular atenção à divulgação e apoio do artesanato.

Independente do cariz promocional ligado ao artesanato, a FARAV assume, ainda, um papel importante em termos de animação turística, tanto mais que a data / 44 / da sua realização se verifica em plena época alta, tornando-se, pois, uma iniciativa muito importante para a ocupação dos tempos livres dos turistas, sendo, simultaneamente, veículo privilegiado para a divulgação das enormes potencialidades desta Região".


Comissão Organizadora
: – Prof. Celso dos Santos (Vereador da C.M.A.); Dr. Artur Jorge de Almeida (da Rota da Luz); Júlio Ferreira (de "A Barrica"); Arq. José Quintão; Dr. Emanuel Cunha; João Portugal; Alexandrina Maximino; Irene Bártolo; Paula Cardoso; Isabel Ramos; Elmano Ramos; Justino Ribeiro.

 

 

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