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Boletim n.º 15-16 - Ano VIII - 1990 |
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FARAV/90 A Câmara Municipal de Aveiro, tendo o apoio e a colaboração da Região de Turismo da "Rota da Luz", da Cooperativa de Artesãos de Aveiro "A Barrica" e do Instituto de Emprego e Formação Profissional, tomou a iniciativa de realizar, na sequência dos anos anteriores, a XI Feira do Artesanato da Região de Aveiro FARAV/90 – que simultaneamente foi a III Mostra Nacional e Internacional de Artesanato.
O certame decorreu desde o dia 28 de Julho até ao dia 12 de Agosto, no Recinto Municipal de Feiras e Exposições. Com 306 stands, 143 expositores, 40 artesãos a trabalhar ao vivo e a presença de 13 países além de Portugal - Brasil, China, Espanha, Filipinas, Holanda, Índia, Inglaterra, Quénia, Marrocos, Paquistão, Peru, / 72 / do Povo de Cacia e Grupo Folclórico da Região do Vouga (Águeda). – Festival Internacional de Folclore: Grupo Folclórico da Casa do Povo de Cacia, Grupo "O Gigilos" de Chania-Creta (Grécia), Grupo "Fundación Ballet Cordillera" de Bogotá (Colômbia) e Grupo "Jivograi" da Ucrânia (U.R.S.S.). – Música Popular Portuguesa, com o Grupo Etnográfico da Ria (Gafanha da Encarnação) e Grupo Cantares do Silveiro. – Serenata de Coimbra. – Serenata à Ria, com Orfeão da Vista Alegre, Orfeão de Esgueira, Coral Polifónico de Aveiro, Coral Vera-Cruz, Tuna de Santa Joana e Tuna de Santa Cecília. – Noite de Fado, com Judite Gonçalves, Armindo Pimenta e Lizete da Conceição, acompanhados à guitarra por Armindo Fernandes e à viola por Eu rico de Oliveira. – Actuação da Companhia de Dança de Aveiro e do Projecto Dança de Aveiro. Finalmente, registam-se aqui os nomes dos vencedores da regata, das corridas e do concurso de painéis: . Regata Torreira-Aveiro: 1º - Manuel Maria Cachaço - Quintas do Norte (Torreira); 2º - Manuel Lamego - Torrão do Lameiro (Ovar); 3º - Manuel Silva Vieira - Torreira; 4º - António Rebelo - Bestida; 5º - Fernando Dias Tavares - Quintas do Norte; 6º - Reinaldo Belo - Bestida; 7º - José Maria Oliveira Rendeiro - Bunheiro; 8º - Gonçalo Caravela Vieira - Torreira; 9º - José Valente Almeida - Bunheiro; 10º - Domingos Beiroto - Bestida. Senegal e Zimbábue – a FARAV/90 alcançou assinalável êxito. Procedeu-se ao mesmo tempo ao concurso "Melhor Peça de Artesanato". Tendo reunido no dia 28 de Julho, o Júri, constituído pelo Dr. Emanuel Cunha, dos Serviços de Cultura da Câmara Municipal, por Acácio Conde, do Instituto de Emprego e Formação Profissional, pelo Dr. Artur Jorge, da "Rota da Luz", por Jorge Guimarães, da Câmara Municipal, por António Pinho, do Banco Comercial Português, e por Brissos da Fonseca, do "Jornal de Aveiro", decidiu não atribuir prémios nas modalidades de cobre, estanho e vidro, por não haver concorrentes; deliberou também subdividir a modalidade de cerâmica, atribuindo dois prémios em vez de um nas submodalidades de barro vermelho e pintura. O vencedor do "prémio especial", foi C. Matos, do Estabelecimento Prisional de Aveiro, pela originalidade da peça e conjugação dos materiais aplicados. Em cerâmica, na modalidade de barro vermelho, foram premiados José Augusto, de Aveiro (1º prémio), e José Manuel Vieira, de Ílhavo (menção honrosa); na modalidade de pintura, os prémios couberam a Dulcina Martins e Ivone Santos, de Aveiro. Em madeira, em ferro e prata, foram vencedores, respectivamente, Manuel Alves, de Cantanhede, Carlos Sucena, de Aveiro, e José Germano Silva Coutinho, de Gondomar. Em têxteis coube o prémio à Junta de Freguesia do Tropeço (Arouca) e em couro a Fernando Fernandes, do Porto. Nos termos do regulamento do concurso, que teve o patrocínio do Banco Comercial Português, os artesãos premiados receberam a importância de 10.000$00, em sessão realizada no dia 12 de Agosto. Durante o tempo da Feira do Artesanato, desenvolveu-se um programa de colóquios que tiveram por temas: - Os Municípios e o Artesanato; O Turismo e o Artesanato; O Artesanato Português a Integração Europeia; O Estatuto do Artesão; e o Apoio ao Artesanato. Diversos grupos folclóricos e etnográficos encarregaram-se da animação festiva, em vários serões. Das palavras subscritas pelo Vereador Prof. Celso dos Santos, a propósito da FARAV/90 destacamos os seguintes períodos: – «A iniciativa pretende divulgar uma das expressões mais genuínas do nosso Povo, uma das realidades mais específicas da nossa Região, quiçá mesmo uma das facetas da riqueza cultural e social de Aveiro. Mas não só: ela também deseja salvaguardar e promover um património venerando, de que o País e a Região são ricos, qual é o Artesanato. Com esta Mostra temos oportunidade de verificar que as artes populares, não se diluindo na voragem do progresso, tendem a revitalizar-se sempre mais. muito embora já não se orientem tanto para o fabrico de peças e utensílios de uso doméstico - substituídos / 73 / com mais vantagem pelo labor industrial. Mas, apesar da industrialização constante, a verdade é que se verifica um aumento de procura de objectos artesanais, sobretudo em meios urbanos. O Artesanato mantém assim a sua função, além de proporcionar condições para o homem-artesão se realizar numa actividade mais personificada e personalizante do que na do simples operário da máquina. Ao constatarmos a frequência de certames deste tipo, sentimos cada vez mais a necessidade de um Centro de Feiras e Exposições suficientemente estruturado, capaz e vasto, que possa responder ao imparável crescimento sócio-económico de Aveiro, do seu Concelho e da sua Região. O Município de Aveiro, com a preciosa colaboração e o imprescindível apoio atrás referenciados, põe assim à consideração das entidades oficiais e da população em geral o valor e o interesse desta Mostra Nacional e Internacional de Artesanato da Região de Aveiro – a FARAV/90. Por último, cabe aqui uma palavra de gratidão e de estímulo dirigida a todos os expositores individuais e colectivos, que nos honram com a sua participação e presença. Se pensámos neles ao pretendermos realizar esta iniciativa, também, sem eles, ela não seria possível. Bem hajam todos.»
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