1920 – Nasce a 7 de Julho, em
Ílhavo (Largo do Oitão).
1931 – Com a classificação de
«Distinto», faz exame de instrução primária e matricula-se no Liceu
José Estêvão – Aveiro.
1935 – Dirige, de 18 de Março
a 11 de Junho, «A Voz Académica», jornal dos alunos do Liceu.
Tem 15 anos e, num cruzeiro de
férias a Moçambique, profere no navio, onde o pai era comissário de
bordo, uma palestra.
1937 – Volta a dirigir «A Voz
Académica» (Janeiro de 1937 a Janeiro de 1938). O Conselho
Pedagógico e Disciplinar do Liceu de Aveiro confere-lhe o prémio
«Sociedade dos Antigos Alunos», constituído por certa importância em
dinheiro que, espontaneamente, oferece a um condiscípulo para
pagamento de propinas. Entretanto, o mesmo Conselho comunica ao
respectivo encarregado de educação que «mais uma vez se confirmaram
os créditos deste aluno, aliás brilhantemente revelados na redacção
do jornal dos alunos deste Liceu – «A Voz Académica», do qual foi a
verdadeira alma no ano escolar que findou em Julho último». Pouco
depois, o Jornal seria suspenso pelos poderes fascistas.
1938 – Aluno do 7.º ano, no
dia 10 de Junho sofre a primeira prisão.
Anteriormente, a 7 de Abril, na
qualidade de presidente da Academia, entregara a Homem Cristo uma
mensagem subscrita por cerca de três centenas de alunos do Liceu e
usa da palavra no decurso da homenagem ao notável jornalista
aveirense.
1939 – Matricula-se em
Medicina na Universidade de Coimbra, que, por não lhe agradar,
frequentaria apenas um ano e onde tira os preparatórios, cursando
seguidamente no Porto e, depois, durante dois anos, a de Lisboa, a
fim de nesta ter Pulido Valente como mestre.
1944 – Consorcia-se em 27 de
Dezembro com a Dr.ª Cecília Marques da Maia Sacramento, sua antiga
colega no Liceu e redactora da «Voz Académica».
1945 – Ganha o «Prémio
Oliveira Martins» nos Jogos Florais da Queima das Fitas de Coimbra,
sendo então já aluno da Universidade de Lisboa. Faz parte da
Comissão Central do MUD Juvenil.
1946 – Nasce, em 7 de Julho,
seu filho Rui. No exame da cadeira de História da Medicina apresenta
o trabalho «A sugestão através da História da Medicina – Trabalho
apresentado ao exame da cadeira de História da Medicina». Completa o
curso médico, em Lisboa, e inicia o cumprimento do serviço militar.
Fixa-se na terra natal, onde passa a exercer clínica.
1948 – Nasce, a 23 de Junho,
sua filha Clara.
1953 – Sofre a segunda
prisão, de um ano e meio, e escreve em Caxias o volume «Fernando
Pessoa – Poeta da Hora Absurda».
1955 – É preso pela terceira
vez. A certa altura, mercê de firmes protestos, o encarceramento é
interrompido, dado a esposa, por virtude das buscas e da detenção
que sofreu, se encontrar em perigo de vida. Como consequência, nasce
morto, com oito meses, o seu terceiro e último filho.
1957 – Transfere a residência
para Aveiro, onde abre consultório.
Promove o I Congresso Republicano,
do qual seria secretário-geral.
1960 – Frequenta, em Paris,
como bolseiro do governo francês, o Hospital de St. Antoine, a fim
de se especializar em gastrenterologia.
1962 – Mais uma prisão, a
quarta, em Caxias. Inicia a segunda colectânea dos «Ensaios de
Domingo», postumamente publicada (1974).
1965 – Com outros
intelectuais, e em representação da Sociedade Portuguesa de
Escritores, participa, em Itália, no Congresso dos Escritores
Europeus.
1967 – Na Pousada de S.
Jerónimo, Caramulo, redige, em 7 de Abril, o seu testamento
político.
1968 – Faz, em Setembro, uma
curta viagem de recreio ao Funchal, contactando com jovens
escritores madeirenses.
1969 – Última alocução, no
Teatro Aveirense, quando das comemorações do 31 de Janeiro.
Preside, em Fevereiro, ao VI Encontro da Imprensa Cultural,
realizado em Guimarães, e faz parte do júri para atribuição do
«Prémio Almeida Garrett», no Porto. Publica o seu derradeiro artigo,
a que dá o título «Último». Fomenta e impulsiona os trabalhos para a
realização do II Congresso Republicano. Morre, a 27 de Março,
vitimado por um derrame cerebral. No dia seguinte, é sepultado em
Aveiro, e, por sua expressa vontade, em campa rasa. |