Acesso à hierarquia superior.

N.º 20

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Dezembro de 1975 

Sinopse biográfica de

MÁRIO SACRAMENTO

1920 – Nasce a 7 de Julho, em Ílhavo (Largo do Oitão).

1931 – Com a classificação de «Distinto», faz exame de instrução primária e matricula-se no Liceu José Estêvão – Aveiro.

1935 – Dirige, de 18 de Março a 11 de Junho, «A Voz Académica», jornal dos alunos do Liceu.

Tem 15 anos e, num cruzeiro de férias a Moçam­bique, profere no navio, onde o pai era comissário de bordo, uma palestra.

1937 – Volta a dirigir «A Voz Académica» (Janeiro de 1937 a Janeiro de 1938). O Conselho Pedagógico e Disciplinar do Liceu de Aveiro confere-lhe o prémio «Sociedade dos Antigos Alunos», constituído por certa importância em dinheiro que, espontaneamente, oferece a um condiscípulo para pagamento de propinas. Entre­tanto, o mesmo Conselho comunica ao respectivo encar­regado de educação que «mais uma vez se confirmaram os créditos deste aluno, aliás brilhantemente revelados na redacção do jornal dos alunos deste Liceu – «A Voz Académica», do qual foi a verdadeira alma no ano escolar que findou em Julho último». Pouco depois, o Jornal seria suspenso pelos poderes fascistas.

1938 – Aluno do 7.º ano, no dia 10 de Junho sofre a primeira prisão.

Anteriormente, a 7 de Abril, na qualidade de pre­sidente da Academia, entregara a Homem Cristo uma mensagem subscrita por cerca de três centenas de alu­nos do Liceu e usa da palavra no decurso da home­nagem ao notável jornalista aveirense.

1939 – Matricula-se em Medicina na Universidade de Coimbra, que, por não lhe agradar, frequentaria apenas um ano e onde tira os preparatórios, cursando seguida­mente no Porto e, depois, durante dois anos, a de Lisboa, a fim de nesta ter Pulido Valente como mestre.

1944 – Consorcia-se em 27 de Dezembro com a Dr.ª Cecília Marques da Maia Sacramento, sua antiga colega no Liceu e redactora da «Voz Académica».

1945 – Ganha o «Prémio Oliveira Martins» nos Jogos Florais da Queima das Fitas de Coimbra, sendo então já aluno da Universidade de Lisboa. Faz parte da Comissão Central do MUD Juvenil.

1946 – Nasce, em 7 de Julho, seu filho Rui. No exame da cadeira de História da Medicina apresenta o trabalho «A sugestão através da História da Medi­cina – Trabalho apresentado ao exame da cadeira de História da Medicina». Completa o curso médico, em Lisboa, e inicia o cumprimento do serviço militar. Fixa-se na terra natal, onde passa a exercer clínica.

1948 – Nasce, a 23 de Junho, sua filha Clara.

1953 – Sofre a segunda prisão, de um ano e meio, e escreve em Caxias o volume «Fernando Pessoa – Poeta da Hora Absurda».

1955 – É preso pela terceira vez. A certa altura, mercê de firmes protestos, o encarceramento é inter­rompido, dado a esposa, por virtude das buscas e da detenção que sofreu, se encontrar em perigo de vida. Como consequência, nasce morto, com oito meses, o seu terceiro e último filho.

1957 – Transfere a residência para Aveiro, onde abre consultório.

Promove o I Congresso Republicano, do qual seria secretário-geral.

1960 – Frequenta, em Paris, como bolseiro do go­verno francês, o Hospital de St. Antoine, a fim de se especializar em gastrenterologia.

1962 – Mais uma prisão, a quarta, em Caxias. Inicia a segunda colectânea dos «Ensaios de Domingo», pos­tumamente publicada (1974).

1965 – Com outros intelectuais, e em representação da Sociedade Portuguesa de Escritores, participa, em Itália, no Congresso dos Escritores Europeus.

1967 – Na Pousada de S. Jerónimo, Caramulo, re­dige, em 7 de Abril, o seu testamento político.

1968 – Faz, em Setembro, uma curta viagem de recreio ao Funchal, contactando com jovens escritores madeirenses.

1969 – Última alocução, no Teatro Aveirense, quan­do das comemorações do 31 de Janeiro. Preside, em Fevereiro, ao VI Encontro da Imprensa Cultural, reali­zado em Guimarães, e faz parte do júri para atribuição do «Prémio Almeida Garrett», no Porto. Publica o seu derradeiro artigo, a que dá o título «Último». Fomenta e impulsiona os trabalhos para a realização do II Con­gresso Republicano. Morre, a 27 de Março, vitimado por um derrame cerebral. No dia seguinte, é sepultado em Aveiro, e, por sua expressa vontade, em campa rasa.

 

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