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N.º 13

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Junho de 1972 

Oliveira de Azeméis

Ontem e Hoje

Por A. M.

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O solar dos Corte-Reais, magnífica construção do século XVII (Praça da República, em Oliveira de Azeméis)

Ocupando uma área de cento e cinquenta e quatro quilómetros quadrados, o vasto e progressivo concelho de Oliveira de Azeméis estende-se desde os contrafortes da Serra da Gralheira e desce até ao vale onde tem início a extensa planície que a ubérrima Ria de Aveiro fertiliza.

Achados vários de apreciável valor arqueológico demonstram um remotíssimo povoamento da região: são os machados de sílex, desenterrados em Palmaz, a apontar-nos que o homem por aqui exerceu já a sua actividade na idade da pedra polida; machados de bronze, falam-nos de um estado de civilização mais perfeito no homem primitivo; as braceletes de oiro aparecidas em asseia são consideradas pré-romanas de origem ibérica; o cilindro granítico exposto no átrio dos Paços do Concelho, os inexplorados crastos de S. Martinho da Gândara, Ossela e UI, bem como outros achados que difícil se torna enumerar num apontamento desta natureza, demonstram à evidência a importância da região nas mais recuadas eras.

Oliveira de Azeméis ascendeu à categoria de concelho por alvará de 5 de Janeiro de 1779, da Rainha D. Maria I. Constituíam-no, então as freguesias de Oliveira de Azeméis, Macinhata da Seixa, Ossela, Pindelo, Carregosa, Mansores, Escariz, Fajões, Cesar, Macieira de Sarnes, S. Roque, Nogueira do Cravo, S. Vicente de Pereira, S. Martinho da Gândara, Santiago de Riba UI, Madaíl, Válega, Avanca e Couto de Cucujães, / 10 / todas elas desagregadas ao concelho da Feira.

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Avenida Dr. António José Almeida (Oliveira de Azeméis)

Várias alterações se foram dando no rodar dos anos – sobressaindo, entre elas, a extinção do concelho do Pinheiro da Bemposta, como consequência da reforma administrativa de Mouzinho da Silveira – sendo dezanove as freguesias que hoje constituem o concelho de Oliveira de Azeméis: Carregosa, Cesar, Couto de Cucujães, Fajões, Loureiro, Macieira de Sarnes, Macinhata da Seixa, Madaíl, Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, Ossela, Palmaz, Pindelo, Pinheiro da Bemposta, S. Martinho da Gândara, Santiago de Riba UI, Travanca, UI e Vila Chã de S. Roque.

Em todos os tempos, tem esta região oferecido à Pátria vultos notáveis, tornando-se absolutamente impossível referi-los todos; não deixaremos, contudo, embora muito resumidamente, de recordar os nomes de D. Simão de Sá Pereira, bispo de Lamego; D. Frei Caetano Brandão, bispo de Belém e arcebispo de Braga; D. Frei Sebastião de Ascensão, bispo de Cabo Verde; Frei Simão de Vasconcelos, o frade liberal cuja firmeza de ideais o levou ao fuzilamento: Dr. José da Costa Sousa Pinto Basto, voluntário do Batalhão Académico que com D. Pedro IV desembarcou no Mindelo e com ele lutou abnegadamente até ao triunfo final; conselheiro Araújo e Silva, notável engenheiro de obras públicas; D. Manuel Correia de Bastos Pina, bispo de Coimbra e conde de Arganil; Conselheiro Ferreira da Silva, insigne químico de renome mundial; Dr. Ângelo da Fonseca, médico de renome; Prof. Bento Carqueja, vulto grande da cátedra e do jornalismo; Dr. António Luís Gomes, veneranda figura que tomou parte, como Ministro do Fomento, no Governo Provisório da República. E ao chegarmos aos tempos de hoje, não poderão ignorar-se os nomes do Conselheiro Albino dos Reis, «patrono cívico do Distrito», e do laureado escritor Ferreira de Castro, glória da língua portuguesa.

Segundo os números provisórios do último censo da população, o concelho de Oliveira de Azeméis tem uma população de cinquenta e seis mil habitantes, que se reparte pelo exercício das mais diversas actividades.

Beneficiando de uma invejável situação geográfica, o concelho de Oliveira de Azeméis – o segundo, em população do distrito (logo após o da Feira e antes do de Aveiro) – constitui hoje uma extraordinária força na senda do progresso.

Aqui nasceu a indústria vidreira nacional; aqui se criou um centro notável da indústria de moldes para a indústria de plásticos; a indústria de alumínios e seus derivados conhece um surto espantoso de progresso; prospera a indústria de calçado, de serração de madeiras, e de lacticínios (o concelho produz diariamente 30 mil litros de leite), de exploração mineira, etc.

O ritmo de construção é impressionante; o comércio estende-se e conhece um período de prosperidade; o povo laborioso constrói a golpes de engenho e de audácia um presente indiscutível e um futuro promissor.

Oliveira de Azeméis – uma realidade a merecer a devida atenção de todos quantos sobraçam a pesada responsabilidade dos destinos da Grei Lusitana.

 

páginas 9 e 10

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