O solar dos Corte-Reais, magnífica
construção do século XVII (Praça da República, em Oliveira de
Azeméis)
Ocupando uma área de cento e
cinquenta e quatro quilómetros quadrados, o vasto e progressivo
concelho de Oliveira de Azeméis estende-se desde os contrafortes da
Serra da Gralheira e desce até ao vale onde tem início a extensa
planície que a ubérrima Ria de Aveiro fertiliza.
Achados vários de apreciável valor
arqueológico demonstram um remotíssimo povoamento da região: são os
machados de sílex, desenterrados em Palmaz, a apontar-nos que o
homem por aqui exerceu já a sua actividade na idade da pedra polida;
machados de bronze, falam-nos de um estado de civilização mais
perfeito no homem primitivo; as braceletes de oiro aparecidas em
asseia são consideradas pré-romanas de origem ibérica; o cilindro
granítico exposto no átrio dos Paços do Concelho, os inexplorados
crastos de S. Martinho da Gândara, Ossela e UI, bem como outros
achados que difícil se torna enumerar num apontamento desta
natureza, demonstram à evidência a importância da região nas mais
recuadas eras.
Oliveira de Azeméis ascendeu à
categoria de concelho por alvará de 5 de Janeiro de 1779, da Rainha
D. Maria I. Constituíam-no, então as freguesias de Oliveira de
Azeméis, Macinhata da Seixa, Ossela, Pindelo, Carregosa, Mansores,
Escariz, Fajões, Cesar, Macieira de Sarnes, S. Roque, Nogueira do
Cravo, S. Vicente de Pereira, S. Martinho da Gândara, Santiago de
Riba UI, Madaíl, Válega, Avanca e Couto de Cucujães,
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todas elas desagregadas ao concelho da Feira.
Avenida Dr. António José Almeida
(Oliveira de Azeméis)
Várias alterações se foram dando no
rodar dos anos – sobressaindo, entre elas, a extinção do concelho do
Pinheiro da Bemposta, como consequência da reforma administrativa de
Mouzinho da Silveira – sendo dezanove as freguesias que hoje
constituem o concelho de Oliveira de Azeméis: Carregosa, Cesar,
Couto de Cucujães, Fajões, Loureiro, Macieira de Sarnes, Macinhata
da Seixa, Madaíl, Nogueira do Cravo, Oliveira de Azeméis, Ossela,
Palmaz, Pindelo, Pinheiro da Bemposta, S. Martinho da Gândara,
Santiago de Riba UI, Travanca, UI e Vila Chã de S. Roque.
Em todos os tempos, tem esta região
oferecido à Pátria vultos notáveis, tornando-se absolutamente
impossível referi-los todos; não deixaremos, contudo, embora muito
resumidamente, de recordar os nomes de D. Simão de Sá Pereira, bispo
de Lamego; D. Frei Caetano Brandão, bispo de Belém e arcebispo de
Braga; D. Frei Sebastião de Ascensão, bispo de Cabo Verde; Frei
Simão de Vasconcelos, o frade liberal cuja firmeza de ideais o levou
ao fuzilamento: Dr. José da Costa Sousa Pinto Basto, voluntário do
Batalhão Académico que com D. Pedro IV desembarcou no Mindelo e com
ele lutou abnegadamente até ao triunfo final; conselheiro Araújo e
Silva, notável engenheiro de obras públicas; D. Manuel Correia de
Bastos Pina, bispo de Coimbra e conde de Arganil; Conselheiro
Ferreira da Silva, insigne químico de renome mundial; Dr. Ângelo da
Fonseca, médico de renome; Prof. Bento Carqueja, vulto grande da
cátedra e do jornalismo; Dr. António Luís Gomes, veneranda figura
que tomou parte, como Ministro do Fomento, no Governo Provisório da
República. E ao chegarmos aos tempos de hoje, não poderão ignorar-se
os nomes do Conselheiro Albino dos Reis, «patrono cívico do
Distrito», e do laureado escritor Ferreira de Castro, glória da
língua portuguesa.
Segundo os números provisórios do
último censo da população, o concelho de Oliveira de Azeméis tem uma
população de cinquenta e seis mil habitantes, que se reparte pelo
exercício das mais diversas actividades.
Beneficiando de uma invejável
situação geográfica, o concelho de Oliveira de Azeméis – o segundo,
em população do distrito (logo após o da Feira e antes do de Aveiro)
– constitui hoje uma extraordinária força na senda do progresso.
Aqui nasceu a indústria vidreira
nacional; aqui se criou um centro notável da indústria de moldes
para a indústria de plásticos; a indústria de alumínios e seus
derivados conhece um surto espantoso de progresso; prospera a
indústria de calçado, de serração de madeiras, e de lacticínios (o
concelho produz diariamente 30 mil litros de leite), de exploração
mineira, etc.
O ritmo de construção é
impressionante; o comércio estende-se e conhece um período de
prosperidade; o povo laborioso constrói a golpes de engenho e de
audácia um presente indiscutível e um futuro promissor.
Oliveira de Azeméis – uma realidade
a merecer a devida atenção de todos quantos sobraçam a pesada
responsabilidade dos destinos da Grei Lusitana. |