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N.º 1

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Janeiro de 1966 

 

Nota de Abertura

 

Aveiro e o seu distrito constituem, no todo nacional, uma zona privilegiada, quer pelas qualidades da sua gente, quer pela sua paisagem, quer pela riqueza da sua economia.

As estatísticas do que já temos colocam o distrito de Aveiro entre os que mais contam para o desenvolvimento do País.

Mas o que mais surpreende, o que mais entusiasmo, o que mais estudo merece são as possibilidades ainda inexploradas que o nosso distrito apresenta.

Pela primeira vez, a «Lei de Meios» acaba de reconhecer, oficialmente, a necessidade do planeamento regional, prevendo verbas para os primeiros passos da sua realização. É certo que o fim principal em vista é a promoção das regiões menos desenvolvidas, para atenuar os graves desequilíbrios territoriais da nossa vida económico-social.

Se tal objectivo é justo e se impõe, não faltam, contudo, outros imperativos que exigem, também, o planeamento de regiões mais desenvolvidas, como o distrito de Aveiro.

O País tem necessidade de atingir, quanto antes, a média do nível de vida do continente europeu. Para tal, urge dar prioridade aos investimentos de maior e mais rápida rentabilidade. Ora o distrito de Aveiro tem todas as condições para multiplicar, com rapidez, os investimentos que nele se venham a fazer com são critério, podendo contribuir, substancialmente, para o aumento acelerado do rendimento nacional.

Nesta simples nota de abertura, queremos dar dois exemplos.

Na costa continental europeia, a nossa ria é a única região que o País tem com condições naturais para nela fazer um grande porto que possa servir o centro e o norte, juntamente com Leixões, que é de aproveitamento muito dispendioso, de capacidade muito limitada e de funcionamento deficientíssimo em boa parte do ano. Como segundo exemplo, transcrevemos a seguinte frase dum artigo de Daniel Constant que publicamos neste número: «o turismo «em grande», o turismo «potência», capaz de fazer de Aveiro o seu termo o mais espectacular e a mais prestigiosa zona turística de toda a pienínsula».

/ 2 / Este e outros problemas de interesse para Aveiro e para o País nunca serão excessivamente debatidos, o que justifica o aparecimento desta Revista.

Já tínhamos o «Arquivo do Distrito de Aveiro», publicação altamente meritória mas de olhos postos, como exige o título, sobretudo no passado. Tão importante reputamos este aspecto histórico que lhe dedicamos algumas das nossas páginas. Nós queríamos que a nossa Revista, acarinhando o passado, se voltasse mais para o futuro.

Pensa a Junta Distrital de Aveiro que algo fez de positivo, pondo à disposição dos estudiosos uma Revista onde poderão expor as suas ideias referentes a Aveiro e ao seu Distrito.

O interesse que virá a ter depende da boa vontade de todos os que se preocupam com os problemas de ordem geral, no nosso distrito.

O primeiro número aqui está. Com tantas deficiências não nos satisfaz, mas é um pouco do muito que desejamos fazer.

O Presidente da Junta Distrital,      
Dr. Aulácio Rodrigues de Almeida

 

páginas 1 e 2

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