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N.º 21

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Junho de 1976 

Concelho de Aveiro

Nótulas de Etnografia e Folclore

Por J. Vieira

Vizinho do mar, liso como a palma da mão, entretecido de linhas de água doce e salgada, o concelho de Aveiro, onde as mais diversificadas fainas se processam, tinha de ser, como de facto é – é ainda –, embora o não pareça aos olhos menos avisados, incomensuravelmente rico do prisma etnográfico e folclórico. Com a particularidade, nada comum, de semelhante riqueza, longe de apresentar carácter uniforme, diferir de região para região. Completamente distintas, em seus usos e costumes, são na verdade a Beira-Mar aveirense, a faixa ribeirinha do Vouga, as zonas agrícolas do interior e a própria nesga de areia de S. Jacinto, de incontroversas raízes murtoseiras.

Os específicos trabalhos, adaptados ao meio geográfico ou por ele impostos, acham-se necessariamente na base da apontada diferenciação, assaz profunda por vezes. As salinas, as marinhas de junco, as pescas lagunar, do alto e à boca da barra, as vetustas indústrias, tantas delas exercidas em moldes artesanais, a par dos modernos estabelecimentos fabris, certos e contrastantes pormenores entre o labor agrícola nos campos que marginam o Vouga e nas terras mais «velhas» dos aros de Aveiro, criaram todo um pequeno mundo de exigências, que se reflectem no vestuário, na alimentação, nas ferramentas e aprestos, na linguagem, na maneira de viver, em suma, das populações.

Um camponês da Oliveirinha, por exemplo, ignora numerosos vocábulos correntios na Beira-Mar, como um marnoto desconhece histórias tradicionais consabidas na Oliveirinha. A labuta pela negra côdea não deixa de ser idêntica. Simplesmente, o modo – ou a técnica – de a agenciar é que é totalmente diverso. Onde florescem os pampilhos e as papoilas não medram as tramagueiras...

Com o dobar dos anos e ao influxo do progresso, a vida do povo foi ganhando outra feição. Para melhor, felizmente. «No meu tempo é que era!», escuta-se a par e passo, numa louvação.

Nada mais enganador. Se a gente que trabalha ainda hoje vive mal, outrora apenas vegetava. Moirejando como escrava de sol a sol, alimentava-se pobremente, carecia de comezinhos agasalhos, restava-lhe morrer quando a doença batia à porta, mais bastos que as suas alegrias seriam os tão raros trevos de quatro folhas...

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Entrega dos Ramos, uma velha tradição aveirense.

Com as vivificantes aragens, muita coisa, alguma sem dúvida tocada de maravilhosa poesia, de supremo encanto perfumada, quase levou sumiço. Serão horas, portanto, de rastrear o que ainda subsiste, de desencantar o que possa jazer esquecido, a modos de inúteis maravalhas, na arca do peito dos mais velhos.

Do que foi salvo e compendiado, ao longo dos tempos, por uma plêiade de beneméritos da Cultura, deveras lucraram, têm lucrado, sociólogos e artistas. Páginas onde não flua o povo ou aquilo que respeita ao povo são laudas ao mar – nem um brilhante estilo lhes dará perenidade.

Trindade Coelho, num volume, «O Senhor Sete», apresentado e anotado por Augusto da Costa Dias, escreveu em dado passo: «Tudo o que vem do povo interessa. O povo é o passado. O povo há-de ser também o futuro. Tudo o que vem do povo interessa: costumes, crenças, superstições, poesia, música – e até a sua própria culinária».

Dando o nosso apagado amém aos dizeres, redigidos no ocaso do século XIX, pelo escritor transmontano, apresentamos seguidamente uma gabelazinha de singelas nótulas. Respeitantes ao concelho de Aveiro e, implicitamente, de índole etnográfica e folclórica. / 52 /

AS ESTEIRINHAS

A Senhora da Conceição abre os armários – rezava velho provérbio aludindo ao ciclo festivo a decorrer até princípios de Janeiro. Tempo das esteirinhas, como se dizia em Aveiro, designadamente na Beira-Mar, ou seja, das festas de confraternização da família, que, uma vez ou outra, incluíam também parentes e aderentes. Caso, por exemplo, de alguém da casa «receber o Ramo»...

As esteirinhas eram cinco e o povo enumerava-as assim:

1.ª Esteirinha – Véspera da Senhora da Conceição.

2.ª Esteirinha – Véspera de Natal.

3.ª Esteirinha – Véspera do Ano-Bom.

4.ª Esteirinha – Véspera dos Reis.

5.ª Esteirinha – Véspera de São Gonçalinho.

Mas, esteirinhas porquê? Talvez – e não encontramos razão mais plausível – por a família comer sempre na cozinha, sentada invariavelmente numa esteira onde, ao centro, sobre uma toalha ou um pano muito limpo, fumegava a comida. Esteira e, daí, esteirinha, o diminuitivo a sugerir refeição melhorada, própria, como o povo diz ainda hoje, dos dias diferençados.

ENCAMISADAS

Pela festa de «São Bartolameu», em Sarrazola – que se realiza em Agosto e é o drago (orago) da localidade –, efectuavam-se, outrora, movimentadíssimas e pinturescas encamisadas.

De noite, com grande alarido, negros barretes de lã na cabeça e faixas escarlates na cinta, homens e rapazes já espigados, montando toda a sorte de cavalgaduras – éguas, cavalos, machos, jumentos –, partiam em tropel, seguidos de numerosa peonagem, ab transpor, de qualquer modo, as fogueiras que se fizessem por ali ou nos lugares próximos.

Já de sobreaviso, os promotores das fogueiras buscavam que elas fossem tanto quanto possível intransponíveis...

Motivo de enorme e duradoiro gáudio para a encamisada ou para quem fazia as fogueiras era, respectivamente, a facilidade ou a dificuldade que o obstáculo oferecera...

De anos a anos, a encamisada levava grades de lavoura, puxadas por muares, a fim de, lançando os animais pelos pontos onde as labaredas se mostrassem menos alterosas, as grades destruírem aos fogueiras, apagando-as depressa.

Por ocasião da festa do Espíritlo Santo, em Cacia, também se organizavam encamisadas.

A SENHORA DAS AREIAS

A Senhora das Areias,

ai dim, ai dim, ai dão,

Tem um dedinho cortado,

ai charlequiti, ai charlequitão,

Que lhe cortaram os moiros,

Que lhe cortaram os moiros,

            Mariquinhas logo disse,

            Mariquinhas logo disse,

De cima do seu telhado!

                                (S. Jacinto)

/ 53 /

A CASA DA BEIRA-MAR

NO PRIMEIRO QUARTEL DO SÉCULO

De um só piso, beiral corrido, uma porta com soleira alta de pedra e uma janela de guilhotina, eis a casa típica da Beira-Mar. Designadamente do bairro piscatório e salineiro, onde tais moradias, lambuzadas de cal, sucedendo-se, sem intermitências, umas às outras, constituíam inteiras e características ruas.

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A Senhora das Areias, em S. Jacinto, «deita fitas a voar...»

Se, exteriormente, a arquitectura era simples, simples era também a do interior. À frente, a toda a largura, o aposento nobre, a sala, para a qual dava uma alcova. Ao fundo, porta e janela rasgadas para exíguo logradouro ou quintalzito, a cozinha, centro de toda a vida familiar, pois nela se comia e recebiam as visitas. No corredor, que, invariavelmente fronteiro à janela e não à porta da rua, por mor das correntes de ar, ligava a sala com a cozinha, uma ou duas alcovas mais. Mas, por vezes, a casa tinha sótão – amplo, sobretudo para armazenagem das redes, ou dividido em quartos de dormir, destinados aos filhos-família – para o qual se subia, da cozinha, por modesta escadita. Quando não por uma escada móvel, de trolha. Como o espaço escasseava, forçoso era economizá-lo...

No pequeno logradouro, onde se situava a casinha ou sentina, arrumavam-se, sob um telheiro, as velas, os remos e demais alfaias do barco. Não raro, ao longo do corredor da casa, em suportes altos, cravados na parede mestra, ou no próprio sótão, é que se arrecadavam alguns dos aprestos. As velas, especialmente, que, no inverno, não convinha de forma alguma «deixar ao tempo».

O tecto era de madeira e o pavimento de terra negra batida e coberto de junco, que se renovava todas as semanas, por via de regra ao sábado.

Ingénuo luxo ou vaidade consistia, entretanto, em se espalhar areia do mar e fazer a juncada «ralinha» para que a brancura da areia luzisse – aos olhos indiscretos da vizinhança ou das poucas visitas da casa...

BILHARACOS

Fritos de massa de abóbora menina, farinha de trigo, ovos, açúcar e manteiga.

Cose-se a polpa da abóbora, previamente cortada aos pedaços, e põe-se a escorrer, de um dia para o outro, numa saca ou num pano. Bem escorrida portanto, amassa-se com ovos, um tudo-nada de farinha, açúcar e manteiga. Em forma de bolas, frita-se em azeite ou óleo, numa sertã. Já na travessa, os bilharacos polvilham-se com açúcar e canela. Entretanto, há quem prefira cobri-los, o que é menos vulgar, com uma calda de açúcar em ponto.

A quantidade dos ovos, do açúcar, da manteiga e até da farinha depende do critério – ou das posses de quem faz os bilharacos (1), doce caseiro generalizado na quadra do Natal.

AS SESTAS

A Senhora da Alegria traz a sesta e o S. Paio leva o sesta – recordam a seu tempo os poucos lavradores e trabalhadores que, em Aveiro, ainda fabricam as terras. Por sua vez, os operários da cidade e arredores diziam, outrora, ir buscar as sestas à romaria da Senhora do Álamo ou da «Alma». Uma outra sentença lembra, igualmente: Senhora da Piedade, primeiro dia de sesta.

Na Oliveirinha, já a regra é mais completa e quiçá mais curiosa. Reza desta maneira: As sestas e as merendas começam na segunda-feira de Pascoela. Mas vem o S. Paio e rouba (sic) as sestas, as merendas e dez tostões.

Efectivamente, como os dias são mais pequenos, toca de os trabalhadores ganharem menos. Outrora, os tais dez tostões.

Uma data que, no concelho de Aveiro, recorda também o início das sestas respeita à pequena romaria da Senhora da Conceição, na segunda-feira de Pascoela, em Madeiro (Mamodeiro), onde se comem muitos folares. Aflui povo das redondezas e, como incentivo para a ida à festa, vá de relembrar: – Vamos a Mamodeiro buscar a sesta!

A propósito, refira-se que a Senhora da Piedade se venera na Quinta do Gato e que da Senhora da Alegria existe em Aveiro, no velho Bairro de Sá, uma / 54 / capela do século XVI – ou talvez XV – pertencente outrora à irmandade de mareantes e pescadores.

Quanto ao S. Paio, entronizado na Torreira, torna-se desnecessário falar. A romaria é famosa muitas léguas em redondo.

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Corrida de bateiras no Canal de S. Roque.

FORNOS DA POIA

Nos fins do primeiro quartel deste século, se não da terceira década, existiam ainda em Aveiro três «fornos da poia» – o da Maria do Forno e o da Rosa Lavada, contíguos, ambos na rua do Vento, e o do «Polino», no Alboi.

As donas de Casa – daquelas casas em que, quando muito, só se comia pão-trigo de manhã, ao almoço –, depois de amassarem e levedarem a massa com fermento caseiro, deixado de uma vez para a outra numa malga, iam cozer a broa ao «forno da poia». Tantas broas quantas supunham necessárias para o governo da casa durante a semana. Assim, coziam um alqueire, meio alqueire, uma quarta ou tão-somente um «çurmil» (selamim).

Com as broas era também cosida uma bola, à boca do forno, que iam buscar, à noitinha, para a ceia. A fim de não arrefecer até casa, pois devia ser comida ainda quente, por mais gostosa, embrulhavam-na cuidadosamente numa toalha e outros panos. As broas, mais altas do que a bola, ficavam no forno, para cozerem melhor, até à manhã do dia seguinte.

No intuito de se evitarem trocas, ou enganos – só o forno da Rosa Lavada tinha capacidade para quinze alqueires –, as freguesas usavam marcas diferentes, como conchas, carolos, seixos miúdos, carimbos recortados em folha de flandres, rolos de papel de várias qualidades...

Quem, por qualquer razão, tinha de antecipar o dia de cozer, ia, de manhãzinha, «pedir ordens», quer dizer, espaço no forno: – Ordem! – gritava da porta. – Quanto? – queria saber a forneira. – Meio alqueire!

Quando não havia «Ordem», algumas freguesas chegavam a atribuir-se mutuamente as culpas e punham o «creto» ao sol uma das outras. Isto é, descompunham-se. Com reflexos nas vendas ou tabernas, dado que os maridos também comentavam a seu modo a «falta de ordes»...

AS GRALHAS E AS ANDORINHAS

As gralhas e as andorinhas encontram-se no caminho. Quando umas chegam, as outras já partiram.

Os lavradores não poupam as primeiras, atirando-lhes cada «fogacho» que fica o chão estrumado delas, mas respeitam as segundas. De modo que as gralhas regressam dizimadas e mais numerosas partem as andorinhas.

Quando se cruzam no caminho, estas perguntam, irónicas:

– Que vos aconteceu, minhas loucas, que éreis tantas e vindes tão poucas?!

Ao que as gralhas, não menos ironicamente, logo contrapõem:

– Que fizestes, minhas p..., que éreis tão poucas e vindes muitas?!

(Conto tradicional – Oliveirinha) / 55 /

REMAR A JOJA POR MOR DAS BRUXAS

O ti Pedro, de noite, foi à chincha. Chegou à praia, desembarcou, e veio por ali fora. A certa altura, topou uns patos. Foi direito a eles e agarrou dois.

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– Patos! Mas que ricos patos!

Regressou a casa e disse:

– Maria, topei agora dois patos na praia.

– Ó home, olha que pode ser alguma bruxa.

– Quais bruxa, quais diabo! Vão mas é já prá caixa. E meteu-os na caixa da cozinha, pumba! Pra dentro. Foi deitar-se com a mulher, mas ainda não tinha pregado olho quando os patos começaram:

A Capela de S. Bartolomeu, na Beira-Mar.

– Ti Pedro! Abra-nos a caixa, ti Pedro.

E a mulher, que também ouviu, principiou a dizer baixinho:

– Eu não te dizia que eram bruxas?!

O ti Pedro levantou-se, foi à caixa, mas, quando lá chegou, quero que é deles. Qual patos, qual diabo! – Já cá não estão, Maria!

– Caredo! Sempre eu tinha razão, caredo, santo nome de Jasus!

O ti Pedro, quando, depois, ia à praia, só remava à joja, com os remos cruzados, e deixava-os também da mesma maneira, isto é, em forma de cruz.

Nunca mais lhe assucedeu nada.

(Conto tradicional. – Beira-Mar)

SABEDORIA DAS NAÇõES

Encomendas sem dinheiro ficam no cais de Aveiro.

O peixe nunca puxou à carroça.

Peixe morto, pescador vivo.

Quem muito aperta a enguia, ela lhe foge da mão.

A cebola é a galinha dos pobres.

Barco afundado, embarcação nova.

Até ao S. João, gabão; do S. João em diente, gabão sempre.

No Santo António é devida uma chuvada. No S. João, também. O S. Pedro manda a última cabaçada.

Feijão segura o calção.

Portugal é um ovo, a Espanha uma peneira e a França uma eira. 

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Pescadores fazendo a caldeirada. Foto de há meio século (princípios do século XX), que podia ser repetida hoje. Os pobres da laguna continuam pobres...

SÃO BARTOLOMEU E O SEU MOÇO

No dia de «São Bertolameu» anda o diabo à solta – consta da chamada sabedoria popular. Sucedem muitos desastres e não se deve fazer qualquer trabalho a eles mais atreito.

Não obstante o atávico temor popular, recorre-se ao santo para resolver situações delicadas.

Em Sarrazola, de que é padroeiro, figura com o Dialho preso por uma corrente. À cautela, o povo, nas suas promessas, costuma englobar um e outro. Assim, ao entregarem qualquer óbolo, destinam, por exemplo, dez mil réis ao santo e vinte e cinco tostões ao «moço» – nome que dão ao inseparável companheiro de São Bartolomeu...

Ainda em Sarrazola, algumas casadas, quando desconfiam que o «seu home» anda metido com outra mulher, vão, ao dar da meia-noite, bater à porta da capela. Pedindo ao santo que lhes deite o marido abaixo da cama da amiga...

Por seu turno, em Aveiro, quando alguém se acha roubado ou perdeu um objecto e não lho entregam, vai igualmente bater à porta da capelinha de São Bartolomeu, na Beira-Mar, e diz três vezes:

«São Bertolameu»

desprende o teu moço,

que faça guerra

àquilo que é meu.

/ 56 /

Tais palavras devem ser proferidas ao bater da meia-noite e repetem-se, pela semana adiante, até que o objecto apareça. Ao mesmo tempo, é de obrigação deitar por baixo da porta a mais insignificante moeda que então correr. Em tempos, cinco réis. Agora, e obviamente, um tostão...

O REBOLÃO

Ao dar da meia-noite, na véspera de São João, muitas pessoas, de todas as idades e de ambos os sexos, iam rebolar-se no declive da pequenina eminência onde assenta, junto do típico canal de S. Roque, a capela da Senhora das Febres.

Em trajos menores, estendiam-se ao comprido com a soleira da porta do modesto templo beira-marense e, depois de proferirem, três vezes, «Em louvor de São João, pra me tirar a rapeira, sim ou não», desatavam a rebolar até ao largo fronteiro. Protestavam ficar curadas e mesmo preservadas da «rapeira» e de todas as doenças da pele...

A assistir, discretamente, que é como quem diz, «à descoroçoa», não faltavam mirones.

Tal usança perdurou até fins da primeira metade do século em curso (XX), mais coisa menos coisa...

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(1) – Em Aveiro diz-se bilharacos e não como consta dos dicionários, belharacos. De resto, os etimologistas ainda não chegaram a acordo sobre a origem da palavra. Consequentemente, da sua «arquitectura» definitiva.

 

páginas 51 a 56

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