Este artigo de duas páginas foi totalmente cortado pela Censura,
pelo que não chegou a ser publicado. Num texto fortemente metafórico
e repleto de imagens, numa linguagem que o próprio autor classifica
de poética e simbólica, Costa e Melo critica a falta de liberdade, a
opressão e perseguição dos "...lobisomens que usam pedras negras,
feias e cheias de arestas, cortantes e daninhas..." ao puro lago
construído pelo autor. A criação poética deste lago surge "numa
atitude desassombrada e livre, como depoimento das reacções pessoais
perante os factos do dia a dia reflectidos..." no lago da sua
sensibilidade. O autor termina o artigo com a promessa de
contar regularmente ao leitor do que nele vai vendo, pois acredita
que "Talvez os reflexos e os ecos do "seu" lago sejam reflexos e
ecos de muitos outros lagos." O atento lápis da Censura não permitiu
o cumprimento do prometido.
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