28º Domingo do Tempo Comum (ano A)
1ª leitura: Livro de Isaías, 25,6-10
2ª leitura: Carta de S. Paulo aos Filipenses, 4,12-14.19-20
Evangelho: S. Mateus, 22,1-14
Convite
Para gente muito especial: maltrapilhos virados elegantes e
elegantes maltrapilhos; surdos e cegos a ver e a ouvir; ladrões e
criminosos virados filantropos; ricos virados pobres; poderosos como
se não tivessem poder. E até gente demasiado séria virada de riso…
Solta a tua imaginação! Há sempre um lugar para ti!
Encontro marcado no GRANDE BANQUETE DA FANTASIA. Arrisca-te e TRAZ
UM AMIGO TAMBÉM – fantasiado, é imprescindível, sob pena de multa
severa. Se já estás devidamente mascarado, não percas tempo:
APARECE!
Dúvidas?
Não, não é preciso gastar nada (Isaías, 55, 1-2). O Senhor da casa
(que S. Paulo, na carta aos Gálatas, 3, 28, diz não fazer distinções
entre patrões e escravos, mulheres e homens, crentes e não crentes)
tem o dom de aceitar e tirar partido de toda a gente – mas de gente
«virada». Note-se que os arautos do Senhor, discretamente, em vez de
«gente virada» falam de «metanóia» – que, em grego, não é nenhum
palavrão: significa «virar a mente» – a questão é que seja para o
sítio certo … Agora, se quer informações sobre o «sítio certo», não
use a Internet. É mais eficaz um passeio pela natureza, até que a
mente atinja aquele silêncio que precede a mágica abertura de um
pano de palco.
Informação adicional
Deve ser o almoço-convívio mais famoso da história: 700 anos antes
de Cristo, o «1º Isaías» anuncia que Javé prepara o grande banquete
sobre o monte Sião (1ª leitura); em S. Mateus (8,11) Jesus anuncia
que toda a humanidade está convidada para o grande banquete, em que
rigorosamente todos, sejam saudáveis ou gravemente enfermos, desde
os bebés aos matusaléns, tomarão lugar sem jamais temerem a dor e a
morte; 100 anos depois de Cristo, o autor do Apocalipse leva os
justos a esquecer perseguições e injustiças, convidados que estão
para o «banquete das núpcias do cordeiro» (19,6-9). E nos dias de
hoje, o nosso almoço-convívio…
O próprio Jesus revela que a «última ceia» é o símbolo do grande
banquete na vida futura. Os evangelhos utilizam várias vezes a
imagem do banquete ou festim, onde Deus é o nosso melhor
companheiro. E S. Paulo, na 2ª leitura, fala da abundância de
alegria prometida, cuja esperança anima a nossa força e bom humor
para as vicissitudes da vida.
Quem não gosta de receber convites? É pelo amor que somos todos
convidados a aparecer neste mundo, qualquer que seja o papel a
desempenhar no palco da vida.
Vida que é luta. Instintivamente, lutamos pela vida. Como animais
racionais, porém, temos o poder de descobrir que a luta de cada qual
pode conjugar-se com a luta dos outros, multiplicando a eficácia. É
verdade que também podemos desenvolver processos de morte,
consequência do egoísmo pessoal e de grupo (há sempre grupos que se
querem impor, aniquilando até os portadores do convite à alegria).
Mas a luta pela vida é um «querer bem».
Toda a gente é convidada, mesmo toda. Mas todos têm que mostrar a
tal «metanóia» ou «mente virada». Basta trazer a vontade de estar
presente, por querer participar na alegria de todos, e não para
comer e beber à tripa forra, sem «querer bem».
N.B.: Para estar fantasiado a preceito, não basta ser cristão, como
não basta ser de outra religião qualquer, como não basta pertencer à
mais famosa «ordem» do que quer que seja. O fundamental é «estar
virado para aí», sempre disponível e atento ao que vale mais a pena.
Deixar para a última hora, pode ser tarde demais! (Mateus, 25,
1-13). Ao menos para variar… dêmos asas à fantasia!
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