Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro 1950, pág. 159.


SAUDADES...

A saudade não pode nem deve ser a muda e estática contemplação da vida e obra dos que se finaram.

O passado, que gera a contemplação e o louvor doentio às suas glórias e grandezas, é um passado morto, um passado que perdeu o único valor que por ventura possuía ─ o valor inerente a toda a lição em movimento.

É o passado-lição, o passado-incentivo, o passado-impulso, que deve interessar a todos os homens que não querem parar na rota infinita da vida em busca do «melhor», em busca da inatingível perfeição absoluta. E se a todos os homens só esse passado deve interessar, por dobrada razão é o único passado que a desportistas, como desportistas, interessa.

Baronesa da Recosta, Carlos Júlio Duarte, Manuel de Sousa Carneiro, Dr. Lourenço Peixinho, João Mendonça Barreto, José Meireles, Francisco Pereira de Melo Júnior e José Marques são passado, mas passado vivo, passado que se projecta no presente e se projectará no futuro como exemplo a seguir, como lição de actividade presente e futura.

E como tal que esses nomes aqui ficam a lembrar aos de agora que a Vida e o seu movimento perpétuo exigem de cada um aquela parcela de esforço, de sacrifício necessários à continuidade da obra a que se dedicam.


 

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