Como passatempo tem
encantos que nenhum outro desporto proporciona e como exercício
atlético, tal como hoje se joga entre os campeões, é um
desporto admirável para a prática do qual são exigidos requisitos
físicos e mentais que a muitos outros não fazem falta.
O ténis de Tilden, Borotra ou Lenglen, agora mais forte e movimentado
mercê de novas técnicas devidas principalmente aos australianos e depois
adoptadas e superadas pelos americanos, tornou-se num desporto de
velocidade e reflexos, altamente emocionante e de grande valor
espectacular como manancial de atitudes de grande beleza plástica.
O ténis não encontrou em Portugal ambiente que
lhe proporcionasse a popularidade de que goza noutros países e quase não saiu para fora do ambiente acanhado e estreito de certos grupos ou famílias ricas, tendo, a custo,
constituído objecto da preocupação dos dirigentes dos clubes
ecléticos. Só assim se justifica e compreende a nossa quase absoluta
ausência de classe neste belo desporto.
No distrito de Aveiro
nota-se alguma actividade particular aqui e
ali, mais filha daquela necessidade de fazer algum desporto-exercício do
que do interesse pelas competições. Este o panorama geral, só cortado
em Oliveira de Azeméis, na Curia e às vezes
no Luso e em Espinho por excepções traduzidas em interessantes torneios
que reúnem as
melhores raquetes do Norte e até do país, a par de alguns categorizados
estrangeiros.
Aveiro - cidade pode e deve seguir o exemplo e organizar o seu
torneio anual, embora o campo, pelas acanhadas dimensões das cabeceiras e lados, não permita um conveniente
alojamento do público. Mas... com um pouco de boa vontade tudo se
consegue. |