De meia dúzia, os amadores de pesca passaram num ápice
a constituir
multidão ─ uma
multidão, que se pode computar em milhares e milhares de entusiastas.
Hoje, a modalidade acha-se convenientemente organizada em Portugal e, no
distrito, vários clubes vão mostrando algum interesse pela pesca
desportiva, como, por
exemplo, o Alba, o Anadia, o Beira Mar, o Clube dos Galitos, o Recreio
Artístico...
No entanto, em função da riqueza piscícola local, o número de
entusiastas é ainda
insignificante e quase nula a organização.
O futuro da pesca desportiva no distrito antolha-se, todavia, como dos
mais brilhantes.
A Barra é um dos melhores pesqueiros marítimos nacionais, demandado já
agora por
amadores de muitas regiões do país. A ria é outro local que atrai, pelos
seus encantos
e pela abundância das espécies, os pescadores desportivos.
Lamentável é que a rede fluvial do distrito de Aveiro, outrora tão
povoada, se
encontre actualmente quase deserta de peixes. O criminoso assalto de
indivíduos sem
escrúpulos, que só se contentam com «matanças grandes», despovoou em
grande escala
os nossos rios e ribeiros. A seca, que ultimamente assolou o país, mais
agravou a situação.
A Imprensa tem, nestes tempos mais próximos, pugnado insistente e
sadiamente por
uma fiscalização eficiente, que vele pela conservação de uma riqueza que,
sendo de todos,
não pode ser exaurida por meia dúzia ─ numa meia dúzia de anos.
Quando tal se der, quando se efectuar o repovoamento piscícola, o
distrito de Aveiro, com a sua Ria de encanto, lençol aquático ocupando
mais de 6.000 hectares de
superfície, com o seu pesqueiro da Barra, com o seu dédalo de rios e
riachos serpenteando um pouco através dos 19 concelhos que compõem a divisão
administrativa, o distrito de Aveiro, dizíamos, será talvez o mais ubérrimo campo de acção dos
amadores de pesca que, não devemos esquecer, são outros tantos
turistas... |