Os futebolistas, regra geral, ensaiam os primeiros passos com a bola de
trapos. Os hoquistas aveirenses, pioneiros da modalidade no Distrito,
iniciaram-se duma maneira mais extravagante: com amadurecidos tronchos, que serviam de
estiques, e uma bola
de marfim com o tamanho das de bilhar. Posteriormente, os estiques
passaram a ser
grossos marmeleiros. com o formato dos autênticos, moldados pelos
presidiários de Coimbra, e que foram adquiridos pelo doutor Egas Pinto Basto.
O campo desta endiabrada actividade, sem
observação de regras, mais parecendo o
golfe em patins, era uma sala da habitação da Família Pinto Basto, na
retaguarda de antigo edifício da Sé.
Passou-se isto em 1950 e 1951, tendo por protagonistas o
Eng. Duarte
Calheiros,
os irmãos António e José Pinto Basto, José Mortágua, Francisco Castro e
Alberto Ruela. Em 1952,
a edilidade mandou construir o ringue do Parque. Uma vez
feito, os treinos
passaram a fazer-se ali, mas então com todo o material apropriado, sob a
orientação de
António Pinto Basto, que tinha sido jogador do H. C. de Portugal.
As adesões apareceram de pronto, e com elas a ideia
da fundação do Hóquei Clube
de Aveiro, ideia que imediatamente foi corporizada.
Um ano depois, em 1955, fez a sua primeira exibição em público, sob as
vistas de
curiosa multidão, vencendo o adversário ― H. C. Coimbra ― por 1 - 0.
Seguidamente. bateu todos os grupos de Coimbra e da Figueira da Foz,
que ao tempo
praticavam a modalidade. Efectuou vários encontros com as melhores
equipas de Lisboa
(C. F. Benfica, R. D. Amadora e H. C. de Portugal) e várias exibições de
propaganda,
especialmente no Porto e em Oliveira de Azeméis, sempre com
comportamento digno de apreço. Também defrontou em 1 de Maio de 1954 o Biarritz H. C. num jogo que despertou enorme interesse. Os
franceses ganharam por 9 - 2.
Mas, apesar de toda esta vitalidade e do prestígio adquirido, o H. C. A. extinguia-se
em 1957, deixando lacuna que, até hoje, ainda não foi preenchida, o que
é pena. |