Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro 1950, pág. 64.


 

  António Batista
 

António Batista da Costa, natural de Macieira de Cambra, nasceu em 4 de Julho de 1914. Começou a jogar no clube da sua terra, o Sporting, defendendo depois, consecutivamente, as cores do Vale de Cambra, S. C. Salgueiros e F. C. Porto. Presentemente, actua na Associação D. Valecambrense, onde pensa terminar a sua carreira.

Quando o Salgueiros chegou à final do Campeonato Nacional da II Divisão, onde soçobrou perante o Olhanense, Batista contava-se entre os «encarnados» nortenhos.

Uma linha média do F. C. do Porto que jamais esquece: Pocas, Carlos Pereira e António Batista (à direita).

Passou depois ao Futebol C. do Porto, onde se manteve seis épocas, obtendo dois títulos de campeão nacional (1938-39 e 1939-40) e cinco regionais. Na época de 1940-41 foi finalista do «Nacional». Alinhou quatro vezes pela selecção do Porto contra Lisboa e duas vezes pela de Aveiro, respectivamente contra Lisboa, também, e Viseu.

Com o popular Pocas e o consagrado Carlos Pereira, o irmão mais velho de Trindade valorosa, formou uma linha média que brilhou a grande altura no F. C. do Porto.


ENTRE MÚSICOS!!!...

Aqui há anos, alguns músicos de Aveiro combinaram com os colegas da Vista Alegre encontro de futebol para disputa de uma taça.

Os de Aveiro, afim de antecipadamente assegurarem a conquista do almejado troféu, trataram de formar um «onze» bastante forte, constituído na sua maior parte por ases da bola... que de música não percebiam patavina.

O desafio jogava-se na Vista Alegre.

No Fim do encontro, os de Aveiro ganhavam por mais de uma dezena de golos; mas vitória tão rotunda é que havia de deitar-lhes por terra todos os planos...

Os da Vista Alegre, desconfiando de «marosca», trataram de adquirir a certeza de que os vencedores eram músicos. Um, mais diligente, foi buscar papel onde as notas se alinhavam. O primeiro «músico» de Aveiro a quem foi apresentado rendeu-se à evidência dos factos, acabando por confessar que daquela música nada percebia...

E assim aconteceu com todos, à excepção do último, por sinal o capitão da equipa, que alegou tocar.. de ouvido.

Os da Vista Alegre, já escaldados, é que não acreditaram, mandando vir um instrumento. O nosso jogador bem tentou «arranhar» qualquer coisa. Infelizmente, falhou por completo, pois jamais fora músico.

E, por entre grande alegria dos da terra, a Vista Alegre ganhou a taça.


 

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