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Da génese deste trabalho

 

Quando, em meados do ano lectivo de 2017/18, iniciámos este trabalho com os formandos de Informática Avançada, este livro estava praticamente estruturado na mente do formador. Claro que nem tudo ainda lá estava, porque capítulos houve que surgiram como que brotando espontaneamente, ao longo do tempo em que a actividade com o grupo se foi desenrolando. Mas desse brotar falaremos mais adiante.

À semelhança do que acontece com muitos factos da vida humana, podemos encontrar causas remotas e causas próximas para o aparecimento de um projecto deste tipo.

Comecemos esta análise pelas causas mais próximas.

Quando, em 2007, duas colegas da Secundária José Estêvão, tal como eu aposentadas, me abordaram numa manhã soalheira na rua de São Sebastião, para me darem a conhecer a existência da Academia de Saberes de Aveiro, já esta associação estava nos começos do seu terceiro ou quarto ano de existência; e eu nos começos da minha aposentação(24). Estas duas colegas, Esmeralda Assunção e Lindonor Silveirinha, puseram-me a par dos objectivos da associação. E, sabendo que eu mantinha, desde 2001, um projecto ligado às novas tecnologias da informação e um espaço ligado ao património e história da cidade e de toda a região envolvente, perguntaram-me se eu não quereria dar também o meu apoio, leccionando uma disciplina ligada à Informática. Era, além do mais, segundo elas, uma maneira de manter-me activo e poder conviver com outros colegas, colegas não só de profissão mas da mesma escola em que todos andamos enquanto vivos, permutando com eles o saber que vamos adquirindo nessa que é a maior de todas as escolas – a Escola da Vida.

Além da surpresa e prazer do encontro com duas colegas que, embora vizinhas, nem sempre temos o prazer de encontrar, porque, embora pequena, a cidade e a vida levam-nos quase sempre por caminhos diferentes e desencontrados, vi-me, subitamente, perante a hipótese de poder continuar a fazer o que sempre me deu maior prazer: conviver, ensinar e continuar a aprender no contacto com os outros. Respondi-lhes que iria pensar, mas que, muito provavelmente, a resposta seria afirmativa, porque tinham tido o condão de me elucidar e convencer.

Satisfeitas com o que ouviram e adivinhando uma resposta positiva, marcámos encontro para o dia seguinte com os elementos da direcção da Associação, na sede da Academia, a funcionar num edifício que actualmente conhecemos pelo nome do arquitecto que o desenhou, o Edifício Fernando Távora, em frente aos Paços do Concelho e mesmo ao lado de uma escola que foi, durante vários anos, o meu local de trabalho.

O encontro, no dia seguinte, na direcção da Associação, foi outro momento de surpresa e de prazer, porque me vi na frente de pessoas que conhecia de há longos anos, e que tinham, como eu, raízes aveirenses.

Em conversa com os elementos da Direcção, logo diversos assuntos ficaram em breve decididos: a criação de um espaço na Internet para alojamento das páginas da Academia no projecto comunitário intitulado «Aveiro e Cultura», nos servidores do Projecto Prof2000 do Ministério da Educação, então localizados na DREC, em Coimbra; a abertura de um curso de iniciação à Informática. E como a Academia não dispunha nem de salas nem de computadores para que o curso pudesse iniciar-se, o formador lembrou-se de pedir o apoio da escola situada mesmo ao lado, a Secundária Homem Cristo, onde ele exercera e orientara estágios pedagógicos durante vários anos. Pouco depois, saía da Academia o professor Henrique J. C. de Oliveira, atravessava o curto espaço que separa os dois edifícios, Fernando Távora e Secundária, atravessava o hall de entrada e percorria o corredor em direcção ao Conselho Directivo, onde foi bem recebido e o seu pedido aceite. «Apenas terá de solicitar à Direcção da Academia de Saberes de Aveiro que formalize o pedido, fazendo-no-lo chegar por escrito.» – foi o conselho fornecido pelo Presidente do Conselho-Directivo, o Dr. Carlos Alberto Ventura Magalhães, colega que sempre colaborou connosco ao longo de diversos anos, quer para acções de formação de professores, quer agora para formandos de uma universidade sénior.

Nesse primeiro ano de trabalho em que exercemos o cargo de formador, funcionaram duas turmas de Informática, com um total de dezasseis formandos, oito elementos por turma. Numa sala situada na ala mais moderna da Secundária Homem Cristo, devidamente apetrechada com todas as ferramentas informáticas para iniciação às Novas Tecnologias da Informação, que é como quem diz, dotada com computadores devidamente equipados; e, para que fique a informação ainda mais completa, com um videoprojector acoplado ao portátil do formador, para projecção num ecrã das necessárias instruções e informações. Esta sala dotada com computadores foi destinada aos formandos que estavam num nível zero de conhecimentos e nem computador possuíam. Para aqueles que já tinham alguns conhecimentos e um computador portátil, as aulas eram dadas numa enorme sala situada à direita do hall de entrada, com janelas voltadas para a «Praça do Município» (uma das muitas designações atribuídas pelos aveirenses ao longo dos tempos, além de Largo da Cadeia, Largo da Câmara, Largo de José Estêvão e actualmente designada Praça da República) e edifício onde estava instalada a Academia de Saberes de Aveiro.

Para registo para a posteridade nestas memórias relativas à Academia de Saberes de Aveiro, foram «caloiros» nas novas tecnologias, quer na turma de iniciação, quer na outra mais avançada: Aurelina André Grilo Coelho Paracana, Carlos António Maurício Reis, Cecília de Lurdes Vieira da Rocha Lucas, Ellen Haenel Burmester, Florinda Maria Bicho Catarino Huet e Silva, Francisco Monteiro Magalhães, Gilberto Pereira de Campos, Lindonor de Almeida Lousada Silveirinha, Luciano dos Santos Branco, Maria do Carmo da Costa Mourinho Campos, Maria Elisabete Barata de Matos Moreira, Maria Eneida de Oliveira Piçarra Fontes, Maria Ermelinda Freire Marques Damas, Maria Esmeralda Dinis Assunção, Maria José Mota Sampaio Oliveira Bastos Silva Costa e Mário Paulo Pereira dos Santos. Foram dezasseis «jovens» de idade um pouco mais avançada, abertos à inovação e com vontade de se manterem activos e a par das novidades destes tempos modernos.

Na turma em que todos os formandos possuíam computador portátil, a qual funcionava às segundas-feiras na sala à direita do hall de entrada e com janelas voltadas para a Academia, após os primeiros dias de revisão e consolidação de conhecimentos, a turma empenhou-se em aprender a trabalhar com ferramentas para criação de páginas para a Internet. Deste modo, durante alguns anos, com o apoio do formador, uma das mais importantes actividades era a manutenção das páginas da Academia. E tudo funcionou perfeitamente desde os princípios até ao ano lectivo de 2013/14.

Os objectivos fundamentais do site «Academia de Saberes de Aveiro», alojado no Prof2000 e sem quaisquer custos para a associação, era o de criar um espaço de informação e, sobretudo, de arquivo histórico de tudo quanto se fosse fazendo ao longo dos anos de vida da Academia.

As páginas estavam estruturadas com um visual moderno e de acordo com as actuais técnicas de comunicação. Após um cabeçalho com uma imagem apelativa da cidade de Aveiro, apresenta(va) os botões de acesso às principais secções, tais como «Actividades», «Contactos», «Historial», «Horário» e «Publicações». Esta parte correspondente ao cabeçalho e idêntica ao rodapé, sempre presente em todas as páginas, permitia/permite uma mais fácil navegação. No meio, a primeira página, à semelhança de «la une» dos jornais, continha/contém imagens animadas dos eventos mais significativos, funcionando como botões de navegação, ou seja, permitindo que, clicando-se sobre elas, os internautas acedam às páginas onde se encontra a reportagem do acontecimento.

No parágrafo anterior utilizamos simultânea e intencionalmente dois tempos verbais. Fazemo-lo porque, embora a partir de 2013/14 a Direcção da Academia tivesse entendido que não necessitava mais do trabalho do formador e dos formandos de Informática Avançada, porque as páginas passavam a ser feitas por um familiar de um dos elementos da direcção, que estava a terminar o curso de Informática na Universidade de Aveiro, as páginas não foram apagadas do servidor. Seria uma desconsideração para todos quantos contribuíram para a sua criação e, sobretudo, uma perda de informações relevantes da vida da Academia. Neste momento, já não se encontram nos servidores nem da DREC, em Coimbra, nem do Ministério da Educação e Cultura, em Lisboa. Por alturas de 2015, os senhores ligados à cultura de Portugal entenderam que o Prof2000, mantido por centenas de professores e alunos da zona centro do País, não tinha interesse. E levaram todo o material para Lisboa. Eliminaram praticamente cerca de 70 mil documentos com interesse histórico e apenas deixaram a funcionar, durante mais três anos, o projecto «Aveiro e Cultura».

Em 16 de Março de 2018, por altura da Páscoa, brindaram-nos com uns "excelentíssimos" ovos de Páscoa. Sem darem cavaco a ninguém, desligaram pura e simplesmente os servidores, privando a comunidade lusófona de um espaço de cultura com interesse para todos quantos se interessam pelas coisas ligadas ao país onde nasceram. Não fora a acção do Professor Fernando Delgado, director do Agrupamento de Escolas José Estêvão, tudo ficaria perdido. Graças a ele, o espaço «Aveiro e Cultura» continua de boa saúde; e as páginas da Academia, ainda que paradas no tempo, mantêm-se à disposição de todos quantos as queiram consultar. E, quem sabe, com elementos mais esclarecidos à frente da Associação, desprovidos de interesses mesquinhos e pessoais, talvez tenham a sorte de voltar a conhecer uma nova vida e a ver o hiato temporal de 2013 a 2019 devidamente preenchido, para que, daqui por uns anos, a História da nossa Academia possa ser devidamente elaborada.

O tempo, como é sua característica irreversível, inexoravelmente avança, tornando-nos, com alguma sorte, mais velhos, enquanto vai ceifando e removendo da superfície do planeta outros menos afortunados. Nem só todos os seres vivos se vão renovando, como também as coisas fixas se vão alterando. As aulas de Informática deixaram de ser ministradas no edifício da Escola Secundária Homem Cristo e passaram para o actualmente designado Fernando Távora. Outros formadores de Informática começaram a passar pela Academia e, no que a nós diz respeito, apenas se manteve a turma de Informática Avançada, frequentada por um grupo de veteranos, alguns com 13 anos de assiduidade permanente.

E chegámos ao ano lectivo de 2017-18, altura em que este projecto começou. Antes de falarmos mais minuciosamente sobre ele e também sobre as mudanças sofridas na vida da nossa Academia, convirá fazer um pequeno balanço de tudo quanto foi realizado com interesse ao longo dos anos. Além de os formandos terem passado por várias fases de aprendizagem, contactando e experimentando várias ferramentas informáticas, ao contrário do que alguns pensam, resultaram projectos e actividades completamente realizadas e que merecem registo.

Enquanto as páginas da Academia se mantiveram activas em servidores do Estado, foram registados eventos que merecem algum destaque, pelo interesse de que se revestiram. Salientamos, por exemplo – e porque se encontram devidamente documentadas com reportagens fotográficas completas – as seguintes visitas e deslocações dignas de relevo:

● Visita ao Museu do Vouguinha – 28-10-2009;

● Visita a Santa Clara-a-Velha, em Coimbra – 24-7-2010;

● Na Praça da Alegria, nos estúdios da RTP (Porto) – 2-2-2011;

● Visita à Casa Museu de Egas Moniz, em Avanca – 8-2-2013;

● Viagem aos Açores – 18 a 27 de Maio de 2015;

● Visita a Ovar – 17-1-2017.

No decurso das aulas de Informática, foram realizadas diversas actividades com interesse e abordados temas decorrentes das necessidades formativas dos elementos que as frequentaram. Além de terem aprendido a trabalhar com o software mais necessário, tal como processadores de texto, editores gráficos, folhas de cálculo e criação de documentos em Powerpoint, os formandos tiveram a oportunidade de aprender a dominar áreas de interesse mais corrente, tais como fotografia digital, criação de CDs para armazenamento de documentos diversos e, sobretudo, aprenderam a utilizar o computador como uma ferramenta multimédia, capaz de lhes permitir não só ler CDs áudio, isto é, discos com música original adquirida no mercado, mas também criar os seus próprios discos musicais.

Estas actividades mais ligadas à vida corrente levaram à saída dos grupos em passeios de descoberta da cidade, permitindo-lhes fotografar o mundo envolvente, e visitar, por exemplo, uma exposição de cerâmica dedicada a um dos artistas mais conhecidos da cidade – Zé Augusto – e, inclusive, um passeio fotográfico até à Feira de Março, percorrendo-se a pé o espaço que separa o centro da cidade e o local onde este evento actualmente se realiza. Pelo caminho, vários aspectos da cidade puderam ser fotografados, aprendendo os formandos a criar imagens de tipo panorâmico, algumas das quais actualmente colocadas à disposição dos internautas no espaço «Aveiro e Cultura», numa rubrica designada «Portugal Panorâmico».

Mas outros trabalhos foram produzidos para registo das memórias da Academia. Por exemplo, as formandas Lindonor Silveirinha e Ermelinda Damas tiveram a oportunidade de construir, com o apoio da turma e do formador, um diaporama em Powerpoint, apresentando todas as actividades desenvolvidas na Academia de Saberes de Aveiro em 2014-15, com o título «A nossa Academia». Para isso, tiveram o cuidado de contactar cada um dos formadores das diferentes áreas e de lhes pedir que fornecessem um breve texto com a indicação do nome da disciplina, objectivos e fotografia do grupo.

O trabalho final foi visionado, discutido por toda a turma e, finalmente, apresentado na Sessão de Encerramento de Actividades desse ano lectivo.

Poderíamos dizer muito mais acerca do que foi feito na área da Informática, porque tivemos o cuidado de criar um arquivo com o registo de tudo por anos: fichas individuais dos formandos, preenchidas pelos próprios utilizando um processador de textos e depois enviadas por correio electrónico para o endereço do formador, planos de aulas, síntese das actividades, fichas explicativas dos conteúdos abordados, etc. Mas indicar tudo isto seria um trabalho exaustivo e de interesse muito reduzido para quem vier a ler estas «Memórias de Aveiro». Será mais atractivo apresentar algumas das imagens registadas ao longo dos anos de actividade e cingirmo-nos ao essencial, retomando agora um aspecto que deixámos em stand-by no primeiro parágrafo deste capítulo.

Dissemos lá mais para trás que «capítulos houve que surgiram como que brotando espontaneamente, ao longo do tempo em que a actividade com o grupo se foi desenrolando». Se os dois primeiros textos de «Memórias de Aveiro» já estavam à espera de ser colhidos por nós no site «Aveiro e Cultura»(25), a verdade é que os seguintes foram surgindo à medida que o trabalho do grupo foi avançando.

O terceiro texto apareceu graças a um amigo que no-lo fez chegar para que o reconvertêssemos para formato digital. Trata-se do «Almanaque da Liberdade para 1913», editado por um aveirense, o Dr. Alberto Souto. Dele aproveitámos tudo quanto se dizia acerca da cidade de Aveiro e região envolvente, mostrando-nos aspectos da nossa cidade muito mais próximos de nós. Entretanto, enquanto o trabalho do grupo ia avançando, o marido de uma formanda e nosso colega, o Dr. José R. C. Paracana, fez-nos chegar um exemplar de um «Jornal de Propaganda» editado em 1939 pelos funcionários do Teatro Aveirense, para angariação de fundos para uma excursão por terras do nosso País, intitulado «Aveiro – Grupo Excursionista».

Ao longo da leitura do jornal, temos mais uma visão histórica da cidade e arredores vinte seis anos depois do texto anterior.

Finalmente, já em Setembro de 2019, o academista Diamantino Dias publicou num jornal diário da cidade e no espaço «Aveiro e Cultura», do qual é colaborador quase desde o aparecimento do Prof2000,  um artigo intitulado «Toponímias de Antanho». Não poderia ter surgido em melhor altura. Estávamos na etapa final da actividade de edição electrónica. Tínhamos agora uma visão da cidade muito mais próxima, falando de assuntos que quase todos conhecemos da nossa infância. Não hesitámos. O trabalho merecia a sua inclusão no projecto. Para mais, ele é um dos nossos, frequentando a Academia de Saberes quase desde os primeiros anos. E foi com ele que terminámos as nossas memórias.

Houve ainda quem tivesse sugerido a inclusão das Memórias escritas por Marques Gomes. Todavia, todo o grupo entendeu que era trabalho desprovido de interesse, tanto mais que foi recentemente editado pela Câmara Municipal de Aveiro, permitindo até que alguns aproveitassem a oportunidade para deixarem as suas marcas ou vestígios da sua existência, antecedendo o trabalho deste historiador aveirense com comentários e apresentações.

Cremos que as causas próximas do aparecimento deste livro estão suficientemente explicadas. Não significa que tenhamos dito tudo; mas desenvolvendo mais este tópico, poderíamos incorrer no risco de saturar quem tenha a paciência de ler esta linhas.

Antes de reflectirmos sobre as causas remotas, há um tópico importante que merece a nossa reflexão, uma vez que se trata da memória histórica de uma Academia, há quase duas décadas implantada na cidade de Aveiro.

Antes de começarmos a redigir este último capítulo do nosso trabalho colectivo, procurei colher informações mais rigorosas acerca das diferentes «informáticas» e formandos que comigo trabalharam enquanto formador, e sofri uma enorme decepção. Foi-me dito – e constatado visualmente, porque procurámos e nada encontrámos – que, por altura das mudanças da Academia de Saberes de Aveiro, no intervalo entre o primeiro e o segundo período do ano lectivo de 2018-19, para o novo espaço na rua de São Martinho, a cerca de cem metros do Agrupamento de Escolas José Estêvão, por falta de espaço, todos os antigos «dossiers» tinham sido mandados para a reciclagem. Foi como se me tivesse rebentado em cima uma bomba de decepção. E então os documentos para um «arquivo morto» da Academia? Se, daqui por uns anos, um historiador quiser fazer um estudo sério e rigoroso sobre a nossa Academia, onde é que ele vai buscar os dados? Será que vai ter de ir ao cemitério, quando já lá todos estivermos, pedir-nos para lhe contarmos as experiências por nós vividas durante a nossa passagem pela Academia de Saberes de Aveiro?

Quando em 2007 criámos as páginas da Academia para colocação na Internet, o grande objectivo – como já tivemos oportunidade de dizer –  era precisamente o de criar um espaço de recolha de todos os tipos de informação que pudessem vir a ser úteis. Na mesma altura, porque isso era praticamente desconhecido dos elementos da Direcção, instalei no computador da sala onde funcionava a direcção, nas instalações do Fernando Távora, uma base de dados em Excell, para registo de todos os elementos indispensáveis. E também uma base de dados, programável pelos utilizadores, muito mais intuitiva que o programa anterior. Referimo-nos ao «Filemaker». Criámos para o efeito uma interface amigável do utilizador e as primeiras «cobaias» a fornecer os dados para essa futura base de informações foram precisamente os elementos da Direcção. Uma consulta no duplicado ainda existente no computador do formador, permite-nos verificar os primeiros nomes e únicos que lá se encontram:  1 - Florinda Maria Bicho Catarino Huet e Silva; 2 - Maria Teresa Silva Coutinho Albuquerque; 3 - Lindonor Almeida Lousada Silveira; 4 - Rosa Maria Gonçalves Cerqueira Malheiro Vale; 5 - Ana Paula Pereira Martinho Marques.

Segundo creio, tudo deverá ter desaparecido sem nunca ter sido devidamente utilizado. Deve ter ocorrido o mesmo que sucedeu aos CDs com o registo em formato MP3 das músicas recolhidas com a colaboração dos formandos, que fui deixando para arquivo e consulta na Biblioteca em formação da Academia. Quando, num determinado ano, ainda no Fernando Távora, procurei fazer um balanço do que tinha entregue em anos anteriores, nada encontrei. Ao que parece, o material foi requisitado e terá mudado de dono, impedindo outros utilizadores de também poderem usufruir do trabalho de partilha dos formandos de Informática. E escusado será dizer que, a partir dessa altura, desistimos de fornecer um exemplar de cada um dos discos que têm vindo a ser criados ao longo destes treze anos. Esta foi e continua a ser uma tradição que o formador procura manter, sempre fornecendo aos seus formandos, por altura do Natal e no final de cada ano lectivo, uma boa compilação de música para ouvirem durante o período de férias académicas. Todavia, no ano lectivo de 2019-20, para fugir um pouco ao habitual, o formador, em vez de pedir aos formandos que cada um trouxesse dois ou três CDs para selecção e reconversão para MP3 de música variada, de modo a agradar a gregos e troianos, pegou em todo o material recolhido ao longo dos vários anos de actividades e efectuou uma selecção por ordem alfabética da música ouvida nos séculos XX e XXI, dando quase um total de 10 horas de audição variada e agradável.

Para meu uso pessoal enquanto formador de Informática de Iniciação, Informática de Desenvolvimento e Informática Avançada, tive sempre o cuidado de pedir aos formandos o preenchimento de um inquérito, como já referi, e ir registando fotograficamente por anos aquilo que foi sendo obtido. Graças a isso, pude ficar com a listagem completa de todos os meus colegas seniores que foram passando pela Academia, nas aulas de Informática, e saber o número de anos que frequentaram comigo. Assim sendo, sabemos quem foram os «caloiros» e quem são os «veteranos», que se mantêm ininterruptamente ao longo destes treze anos de aprendizagem e convívio.

Neste momento, mesmo com a destruição de material escrito no período da mudança de instalações, talvez ainda haja hipóteses de construção de uma base de dados para futuros trabalhos. Como a nossa obrigação é não a de criticar por criticar, mas sim fazê-lo de maneira construtiva, eis o que faria, se fizesse parte de uma direcção, para salvaguarda do futuro histórico da Academia de Saberes de Aveiro.

Para criação dessa BASE DE DADOS, começaríamos por fazer:

– Listagem de todos as pessoas que se foram inscrevendo no espaço de tempo de vida da Academia, com a indicação dos anos e que, para além de sócios, frequentaram efectivamente as diferentes áreas de formação.

– Listagem de todos os formadores que passaram pela Academia, com a indicação dos anos e das áreas de formação.

– Listagem de todos os elementos que passaram pelos órgãos sociais, com a indicação dos cargos e anos.

Claro que, para uma melhor construção desta base de dados, será conveniente que exista uma base geral com fichas individuais contendo os nomes das pessoas que se inscreveram, possivelmente, os elementos biográficos de cada um, os anos de frequência com as respectivas áreas de formação, os cargos desempenhados e os registos mais relevantes ligados à vida activa enquanto fundadores, formadores, formandos e cargos desempenhados.

O que acabámos de enumerar nos parágrafos anteriores é apenas uma sugestão orientadora, um ponto de partida, uma espécie de alerta à actual Direcção e àquelas que a sucederem. Se não houver desde já uma preocupação com estes aspectos, se não se deitar mãos ao trabalho, se não houver quem tenha a preocupação com estes aspectos da vida, corre-se o sério risco de, daqui por alguns anos, não ser possível escrever uma História séria e rigorosa da Academia de Saberes de Aveiro. E as futuras «Memórias de Aveiro» correrão o risco de ficar mais pobres.

Referimos, nos começos deste capítulo da «Génese das Memórias de Aveiro», que para quase tudo existem causas próximas e causas remotas.  Claro que as causas mais importantes são as próximas e com isto ficamos a saber o mais importante. Apenas para que não faltemos à promessa inicial, vamos muito sinteticamente referir algumas causas remotas.

A mais importante de todas, até porque sem ela nunca poderíamos existir e aprender a amar a cidade de Aveiro, que vimos evoluir quase continuamente ao longo de setenta anos de vida, é o facto das nossas raízes serem «ceboleiras». Sem a existência de um jovem marceneiro dinâmico que, nos começos do século XX, construiu com as próprias mãos e com a ajuda dos amigos a sua primeira casa nos arredores de Aveiro, hoje não estaríamos aqui a escrever este texto. Estes arredores de Aveiro, onde também eu passei parte da minha juventude, está hoje praticamente no centro da cidade, pois trata-se da Rua Castro Matoso, uma rua cuja abertura está referida no primeiro texto histórico com que iniciámos as «Memórias de Aveiro». Claro está que, na época do Conselheiro José Ferreira da Cunha e Sousa, a rua não possuía este nome, nem creio que tivesse algum. No lugar onde este meu antepassado de nome Henrique Máximo de Oliveira construiu a primeira casa, tudo o que existia era, ao lado, um edifício de um asilo onde veio a instalar-se um Quartel de Infantaria, desaparecido na segunda década do século XXI, para dar lugar a um «asilo» para seniores. Claro que hoje não se dá o nome de asilo a estes edifícios, mas é do que na realidade se trata. Enquanto, no tempo dos nossos avós, os mais velhos desempenhavam um papel importante na família, ao mesmo tempo que gastavam as suas últimas energias vitais, hoje a vida remete os mais idosos, em etapa final, para «Lares de Terceira Idade». Em frente à primeira casa construída, uma das mais antigas da cidade de Aveiro ainda de pé, ao lado da segunda também edificada por este antepassado, existia uma enorme quinta, que eu sempre conheci por «Quinta dos Farelas», que separava o espaço entre a rua de Castro Matoso e a actual Avenida Santa Joana.

Há uma foto da autoria do prof. Henrique de Oliveira, tirada do sótão na década de 1950, que mostra esta zona da cidade e que mereceria a sua inclusão nestas memórias.

Num dos topos da rua, o jardim e parque da cidade estava ainda numa fase inicial. No extremo oposto, existia e ainda lá se encontra aquele que hoje designamos habitualmente por Largo das Cinco Bicas, outrora conhecido por Largo do Espírito Santo e actualmente designado Largo de Luís de Camões, referido nos textos antigos e documentado em fotografias reproduzidas neste trabalho colectivo. Foi essa primeira casa construída por este antepassado para nela poder iniciar a vida de casado com uma rapariga humilde, como ele também aveirense, criada no Asilo Feminino existente em Aveiro. Nunca tive a oportunidade de conhecer directamente esse avô paterno, porque faleceu quando o filho (o meu pai) tinha quatro anos de idade. Só vim a ter notícias pormenorizadas sobre ele precisamente durante o funeral do filho, porque um dos seus maiores amigos e companheiro de actividade social em Aveiro, o pintor José de Pinho, se aproximou de mim para me dar as condolências e me oferecer uma fotografia em que o único elemento que figurava era o meu avô, a segurar o pano branco de fundo para fotografar uma estatueta em gesso, representando um galo jovem a segurar ostensivamente, numa das patas, uma rolha de espumante.

E esse galo continua ainda hoje a ser o emblema do novo Clube dos Galitos, criado na cidade de Aveiro precisamente por causa dele, porque foi um dos que não foi aceite no Clube Recreio Artístico, a que queria pertencer, e expulso porque nesse clube antigo não se admitiam galitos. A revolta pela não aceitação levou a que ele, juntamente com o amigo José de Pinho e outros na mesma situação juntassem forças e pedissem ajuda a pessoas mais velhas e importantes da cidade para criarem um novo clube. E já que eram considerados galitos, isto é, miudagem ainda sem a plumagem devidamente crescida, o novo clube passou a chamar-se Clube dos Galitos. Este momento histórico na vida da cidade de Aveiro foi-me narrado pelo próprio José de Pinho. Curiosamente, vim a encontrar, anos mais tarde, registo escrito referente a este facto.

Ao longo da minha infância passada em Aveiro, sempre que para cá vinha de férias ou aos fins de semana, para casa da minha avó paterna, assisti às paradas na frente do quartel, ao içar e recolher da bandeira nacional, vi instalar pelos serviços camarários as canalizações para abastecimento de água, vi desaparecer, na década de 1960, a quinta dos Farelas, vi nascerem novos edifícios, que me impediram de ver à noite, da janela do sótão da casa, a luz do Farol de Aveiro; vi, em suma, surgir toda uma nova zona com casas, supermercado, praceta, cafés e restaurantes, enquanto outros edifícios foram sendo abatidos, a ponto de hoje as duas casas construídas pelo meu avô paterno serem as mais antigas desta zona da cidade.

Já numa fase mais avançada da juventude, pouco tempo depois de, na Avenida Dr. Lourenço Peixinho, na esquina em frente ao Cine-Teatro Avenida, ter surgido um café moderno, onde nós, os mais novos, e também os mais velhos, gostávamos de ir «ziguezaguear», especialmente aos fins de semana, tive o prazer de conviver durante vários anos com um professor aveirense, que me tratava por colega, apesar de ainda não passar de estudante, e cuja influência terá tido também um papel marcante para o meu interesse pelas coisas aveirenses. Todos os sábados, a seguir ao almoço, o Dr. Ferreira Neves oferecia-me dois ou três fascículos da revista «Arquivo do Distrito de Aveiro», de que ele era um dos directores, que eu fui coleccionando com o objectivo de, um dia mais tarde, os poder encadernar e me servirem como fonte de informação para assuntos relacionados não só com Aveiro, mas também com todo o distrito.

Poderíamos ainda acrescentar mais elementos para as causas remotas, mas correríamos o risco de nos tornarmos enfadonhos. O mais importante ficou registado.

Durante a abordagem das causas próximas que terão dado origem a este trabalho de «Memórias de Aveiro», apresentámos elementos que dizem respeito à História da nossa Academia. As actividades na área da Informática começaram, como dissemos, dois ou três anos depois de ter nascido esta «Universidade Sénior». E, durante a maior parte do tempo decorrido, as aulas foram dadas na escola ao lado e no edifício actualmente conhecido pelo arquitecto que o desenhou. De acordo com as palavras de uma das fundadoras, este período corresponde aos dois primeiros grandes momentos da vida da Academia. Foram praticamente catorze anos de actividade decorrida no coração da nossa cidade. Foi precisamente em pleno centro de Aveiro que a Academia foi crescendo e ganhando a grande importância que hoje todos lhe reconhecem. Mas nuvens de incerteza começaram a pairar a partir de certa altura. A degradação cada vez maior do edifício Fernando Távora fez com que, por volta de 2016, começassem a soar os alarmes e a ser chamada a atenção para a necessidade de mudança de instalações. Andámos todos, durante quase dois anos, numa espécie de sobressalto, de incertezas em incertezas, sem sabermos quando a mudança se faria. Até que, em finais de 2018, depois de um período de hipóteses acerca de locais para onde nos mudaríamos, a mudança acabou mesmo por se concretizar. Por isso, o ano lectivo de 2018/19 conheceu dois espaços de trabalho. Mas, para esta alteração de espaços, vamos dar a palavra à nossa colega Florinda Huet e Silva, cofundadora da ADSA e actual Presidente da Assembleia-Geral, reproduzindo parte das suas palavras, proferidas no dia da inauguração das novas instalações, no número 33 da Rua de São Martinho:

«...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...

É importante perceber e enquadrar este projecto da ADSA nos principais momentos que marcaram a sua vida de mais de 14 anos e que foram os seus impulsionadores até aos dias de hoje.

Depois de vários meses de reuniões entre as suas fundadoras, Florinda Huet e Silva e Maria Teresa Albuquerque e entre estas e diferentes elementos da Câmara Municipal, realizou-se, em Setembro de 2004, uma conferência de imprensa na biblioteca municipal para anunciar o projecto à população sénior de Aveiro e a data e o local para as primeiras inscrições – Foi o 1º grande momento.

O 2º grande momento foi a realização da 1ª reunião geral, em 2 de Novembro de 2004, para marcar o arranque das actividades. Nesse dia, o salão nobre da Misericórdia de Aveiro, embora sendo um dia muito chuvoso e de habitual visita aos cemitérios, foi pequeno para acomodar todos os participantes. Nenhum dos inscritos faltou a esta assembleia geral, tal era a curiosidade! Foi a 1ª assembleia geral com 100% de participação. As suas fundadoras sabiam o que queriam, tinham bem definidos os objectivos, mas não tinham a noção de como as actividades iriam decorrer. Os contactos com outras academias seniores eram muito poucos. Creio poder afirmar que fazemos parte das primeiras 5 universidades seniores que existem no nosso país.

O 1º ano de actividades decorreu no espaço do Museu da Cidade, Casa Diocesana e Junta de Freguesia de Vera Cruz.

No final do 1º ano as inscrições não pararam de crescer, e o Senhor Presidente da Câmara de então, Dr. Alberto Souto, cedeu-nos 4 salas no edifício Fernando Távora, utilização do salão desse edifício com marcação prévia e o espaço “Aveiro Digital” para as aulas de informática. Como as salas não tinham qualquer mobiliário, pedimos apoio a uma empresa de construção de mobiliário de escritório, ao Senhor Administrador do porto de Aveiro e a sócios e particulares que fizeram ofertas e nos ajudaram a adquirir grande parte do equipamento que ainda temos hoje.

O 3º grande momento, já no 2º ano de actividades (2005), consistiu na aprovação dos estatutos da Academia, na eleição dos primeiros órgãos sociais e na tomada de posse dos mesmos.

E assim fomos crescendo em número de sócios, de actividades desenvolvidas e de reconhecimento pela comunidade em geral… Pequenos problemas foram sendo solucionados, até que chegámos até hoje, a iniciar o 2º período do 15º ano de actividades, iniciando-se um novo momento.

O 4º grande momento foi quando o Senhor Presidente da Câmara Municipal actual, o Eng. Ribau Esteves, convocou a direcção da ADSA para uma reunião, onde nos indicou uma data para desocuparmos o espaço do edifício Fernando Távora, sem alternativa para o nosso realojamento. A partir daí iniciou-se a procura de espaços disponíveis, visitas aos mesmos, muitas horas de reuniões, assembleias gerais de sócios…

Mas nunca deixámos cair os nossos objectivos; lutámos por eles, pelos seniores que encontraram na Academia um espaço que os ajuda a manterem-se activos, a envelhecerem com mais qualidade de vida, a encontrarem um motivo para saírem de casa nos dias das nossas actividades, a sentirem que a sua vida de seniores continua a ter sentido depois de uma carreira profissional que deixaram para trás.

O espaço em que nos encontramos hoje, em 2019, não sendo o ideal, foi o possível no momento. Permite-nos desenvolver todas as actividades, mantendo a proximidade entre todos os sócios que diariamente o utilizam. Mas, consideramos que o nosso principal parceiro foi e continua a ser a Câmara Municipal de Aveiro.

E é por tudo o que foi dito que eu, em nome pessoal, como fundadora da Academia e como Presidente da Assembleia-Geral, representando todos os sócios, quero agradecer o apoio dado  pela Câmara Municipal e pela actual direcção da ADSA, que foi incansável na resolução dos problemas e na concretização de todas as etapas desta mudança de instalações, assim como aos sócios e sócias que responderam ao pedido de apoio e se fizeram ao trabalho, tendo a sua ajuda sido fundamental para que, em tão pouco tempo e com a quadra natalícia pelo meio, fosse possível recomeçarmos as actividades, cumprindo o calendário há meses definido...»

 

A intervenção de Florinda Huet e Silva, no dia da inauguração das actuais instalações na Rua de S. Martinho, acabou com os agradecimentos a todos quantos estiveram presentes e ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que se juntou aos academistas, brindando-os com diversos cantares para festejar o Dia de Reis.

Para nós, formador e formandos de Informática Avançada, o ano lectivo de 2018-19 marca-nos apenas a transição entre dois grandes períodos de actividade, tendo como referência o espaço de trabalho: o período Fernando Távora e o actual, o período Rua de São Martinho, pelo que este projecto referente às «Memórias de Aveiro» teve início no primeiro momento, em meados do ano de 2017, e a parte final no período Rua de S. Martinho, em meados de 2020.

O grupo de trabalho sem o qual estas memórias nunca poderiam existir teve o seu ponto de arranque com um grupo constituído por alguns veteranos, que se têm vindo a manter ao longo destes últimos treze anos de actividade. São eles os seguintes:

Aurelina André Grilo Paracana, João Aristides Oliveira Marçal, João Aníbal Paião São Marcos, José Carlos Balacó Moreira, Lurdes Maria da Costa Sousa Taveira, Manuel Duarte Ferreira Matias, Maria Elisabete Barata de Matos Moreira, Maria Eneida de Oliveira Piçarra Fontes, Óscar Salvador Santos Ferreira.

Aveiro, 29 de Janeiro de 2020

O Formador

Henrique J. C. de Oliveira

 
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(24) – Em Setembro de 2004 realizou-se na Biblioteca Municipal de Aveiro uma conferência de imprensa para apresentação do projecto de criação de uma Academia sénior nesta cidade. A 2 de Novembro do mesmo ano foi realizada a 1.ª reunião geral para arranque das actividades.

Em 2005 iniciava-se o segundo ano de actividades, a aprovação dos estatutos da Academia e a eleição dos primeiros órgãos sociais e sua tomada de posse.

(25) – Os dois primeiros textos completos, extraídos do «Arquivo do Distrito de Aveiro», inserido no espaço «Aveiro e Cultura» são «A memória sobre Aveiro do Conselheiro José Ferreira da Cunha e Sousa», antecedido da nota biográfica do autor feita por Francisco Ferreira Neves, e a «Memória sobre a villa de Aveiro de Pinho Queimado».

 
 

 

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