Em
14 de Junho de 1902, a cerca do Convento das Carmelitas foi cedida pelo
Governo à Câmara Municipal, que iria ocupar uma parte na construção de
escolas primárias (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Avulsos,
Manuscrito, fl. 279). tendo dela tomado posse em 2 de Julho.
Em 15 de Março de 1905, oss aveirenses dirigiram-se a El-Rei
pedindo-lhe que obstasse à projectada demolição do Convento das
Carmelitas, «que redundaria em ofensa ao amor com que a cidade quer
respeitar as suas tradições e quanto lhas pode lembrar» (Campeão das
Províncias, n.º 5434, 29-3-1905).
Em 6 de Abril de 1905, na sua sessão deste dia, o Conselho dos
Monumentos Nacionais deliberou representar ao Governo contra o
vandalismo de se demolir uma parte muito importante do edifício do
antigo Convento das Carmelitas, de Aveiro (Campeão das Províncias, n.º
5450, 27-51905).
Em 3 de Maio de 1905, Ramalho Ortigão redigiu o seu notável «Parecer
acerca da projectada destruição do Convento das Carmelitas de Aveiro»,
apresentado ao Conselho dos Monumentos Nacionais (Campeão das
Províncias, 20-5-1905).
Em 17 de Junho de 1905, um numeroso grupo de aveirenses enviou ao
Ministro das Obras Públicas uma exposição sobre o projecto de abertura
de uma avenida segundo o qual seria demolido, em grande parte, o
Convento das Carmelitas, o que constituía uma perda irreparável (Campeão
das Províncias, 24-6-1905; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos
Históricos, V, fl. 303).
Em 22 de Junho de 1905, o Governo autorizou finalmente a Câmara
Municipal a proceder à demolição do edifício do Convento das Carmelitas,
no que fosse necessário para a abertura da praça projectada (Rangel de
Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, V, fl. 303).
Em 28 de Junho de 1905, centenas de pessoas visitaram o antigo Convento
das Carmelitas, manifestando grande desgosto pela sua projectada
demolição, contra a qual protestaram (Campeão das Províncias, 1-7-1905).
Em 3 de Julho de 1905, por iniciativa da Câmara Municipal e após viva
controvérsia, começou o corte e a demolição de parte do Convento das
Carmelitas, para a abertura de uma praca, que veio a chamar-se do
Marquês de Pombal (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos,
V, fl. 303)
Da leitura desta síntese histórica, chega-se à conclusão que, neste
episódio da demolição do convento, que se prolongou por cerca de três
anos, de nada valeu a opinião pública da população aveirense contra o
corte de um edifício que consideravam importante manter-se intacto.
Em 16 de Junho de 1910, um decreto do Governo classificou como
«monumentos nacionais» não só a igreja das Carmelitas e o cruzeiro de S.
Domingos, mas também o edifício do extinto Mosteiro de Jesus com o
túmulo da Santa Joana (Diário do Governo, n.º 136, 23-6-1910) |