2.
A
estrada dos álamos
está referida na memória sobre Aveiro do
Conselheiro José Ferreira da Cunha e Sousa, que nos diz ser em 1834
um dos limites da cidade, tendo sido «mandada construir nos fins do
século XVIlI pelo governo de D. Maria I, e que se estende desde S.
Sebastião até ao princípio da vila de Arada. Era em 1834 a única
estrada propriamente dita que existia por estes sítios, larga,
ladeada de frondosos álamos, cujos ramos, entrelaçando-se os de um
com os de outro lado, faziam agradável sombra, sendo por isso o
único passeio público da cidade, frequentado pelas pessoas mais
gradas dela, assim seculares como eclesiásticos, tendo em todo o seu
comprimento do lado do poente uns três ou quatro bancos de alvenaria
com encosto, onde se sentavam os passeantes, gozando de bom ar e de
boas vistas, e vendo passar continuamente gente de pé e de cavalo,
porque era a única saída da cidade para as povoações do Sul e
Sudoeste. Por ali vinham os carros de cal, de madeiras e lenha, os
viajantes que de Coimbra preferiam esta estrada, para aproveitar as
cinco léguas de barco, entre Aveiro e Ovar, as padeiras de Ílhavo e
Vale de Ílhavo, as lavadeiras de roupa, tudo o que ia ou vinha da
cidade ou para a cidade.» In: "Arquivo
do Distrito de Aveiro» |