De:
Énio
Semedo
Data: 05/04/2007 19:03
Assunto: No tribunal da comarca
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No tribunal de uma comarca do interior, o
advogado de acusação chamou a sua primeira testemunha: uma
velhinha de idade avançada e avó. Aproximou-se da testemunha e
perguntou-lhe:
– Srª Ermelinda, a senhora conhece-me?
Resposta:
– Claro que te conheço. Conheço-te desde pequenino e,
francamente, desiludiste-me. Mentes descaradamente, enganas a
tua mulher, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas costas.
Julgas que és uma grande personalidade, quando nem sequer tens
inteligência suficiente para seres varredor. Claro que te
conheço.
O advogado ficou branco, sem saber o que fazer. Depois de pensar
um pouco, apontou para o outro extremo da sala e perguntou:
– Srª Ermelinda, conhece o defensor oficioso?
Resposta pronta da velhinha:
– Claro que sim. Também o conheço desde a infância. É frouxo,
tem problemas com a bebida, não consegue ter uma relação normal
com ninguém e, na qualidade de advogado, bem, aí... É um dos
piores que já vi. Não esqueço também de mencionar que engana a
mulher com três mulheres diferentes, uma das quais,
curiosamente, é a tua mulher. Sim, conheço-o. Claro que sim.
– O defensor ficou em estado de choque. O juiz, então, pediu a
ambos os advogados que se aproximassem do estrado e, com uma voz
muito ténue, diz-lhes:
– Se a algum dos dois ocorrer perguntar à puta da velha se me
conhece, juro-vos que vos meto a todos na cadeia.
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