Até sempre, Amigo!
Foi há escassas semanas que a notícia chegou, deixando-nos profundamente
afectados. Tinha partido um dos nossos Amigos dilectos, o CL Gaspar
Albino!
Custava-me a acreditar, por muito que soubesse que o teu estado de saúde
era precário há já longo tempo. Agora não poderei ouvir mais aquele
«epíteto» carinhoso e de proximidade que usavas comigo: «Minha
Madrinha».
Foi no meu ano de Governadora, 1999-2000, que eu lancei o desafio de te
candidatares a Governador. Ficaste surpreendido, mas agradado com a
ideia e depois de um sereno «vou falar com a minha Claudette e com o
clube», telefonaste-me a aceitar o repto. Em boa hora tive essa
inspiração.
Foi este um dos melhores actos que eu poderia ter assumido nesse ano de
liderança, pois trouxe ao Distrito 115C/N um dos seus melhores lideres
de sempre.
Quando no dia do teu funeral entrámos na igreja e me dirigi ao local
onde se encontrava um caixão em cima de uma eça, tive uma reacção de
sobressalto, pois achei que estava no local errado. Não, aquela não
podia ser a urna do Gaspar Albino! Era demasiado pequena para conter um
ser humano como tu, para esconder um Grande Homem como era o meu Amigo,
grande em tudo: na grandeza de alma, na bondade, na inteligência arguta,
na cultura profunda, no sentido de solidariedade e ternura com os
outros, no seu puro sentido de ética e respeito pelo próximo em todas as
circunstâncias, enfim, o Homem de Excelência que tu eras! E sempre tão
simples, modesto!
Foram muitos e enriquecedores todos os anos do nosso convívio. Recordo
com emoção um telefonema que recebi, um mês de Agosto, em férias, que
reforçou esses laços de amizade e abriu novos horizontes de proximidade
entre ti, o meu marido e eu. Ao atender a chamada ouço a tua voz
embargada dizer-me, «Teresinha, a minha Claudette acaba de partir. Vocês
são os primeiros a quem estou a telefonar». Ainda hoje, quando recordo
isto, sinto uma onda de emotividade!
Gaspar, foste um Homem que deixou rasto por onde passou: numa família
que amavas profundamente e de que te orgulhavas muito; numa presença
fortíssima nas diversas instituições em que estiveste envolvido, sempre
com qualidade; nos amigos que conquistaste e que soubeste conservar com
grande mestria; na vida profissional que exerceste; na forma como te
referias com ternura e visível orgulho às tuas origens.
No
dia do teu funeral, após aquele impacto que referi, de que aquele
féretro não poderia conter um grande Homem como tu, senti de imediato
que isso não era realmente significativo, porque tu estavas ali de facto
em espírito, com o teu sorriso bondoso, com a tua serenidade, na
presença dos teus familiares e dos teus muitos amigos que te
acompanhavam e te choravam sentidamente! Era forte a tua presença ali!
Como tenho saudades tuas! E como o Lionismo vai sentir a tua perda! Até
sempre, Gaspar Albino!
«A tua madrinha no Lionismo»
Teresa Gama
Brandão
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