V E R S E J O S

POSTAL DE NATAL 2015

 

Pai Natal quase com sida

Numa noite de Natal,
Ao sair da chaminé,
Pai Natal viu uma moça,
Sentada num canapé.

Antes de ir para a caminha,
Estava a ver televisão
E, sobre a roupa interior,
Só tinha um fino roupão.

Quando viu chegar um homem,
A jovem pôs-se a cantar
Uma canção langorosa

Que fez o Velho corar.

Disse-lhe então o Barbaças:
“Não te ponhas a cantar,
Já passa da meia noite
E tenho prendas pra dar.”

Continuando a cantar,
A impudente garota
Começou a contorcer-se,
Numa dança bem marota.

Exclamou o bom do Velho:
“Deixa-te lá dessas danças,
Pois faz-se tarde e eu tenho
Que ir visitar as crianças.”

A mulher, sem o ouvir,
Sempre a cantar e bailar,
Começou, lubricamente,
A pouca roupa a tirar.

O Pai Natal, perturbado,
Sentindo estranho calor,
Implorou, mas em voz baixa
E muito pouco fervor.

“Ó meu Menino Jesus,
Virgem Maria, José,
Se a gaja se despe mais,
Não caibo na chaminé!”

Conclusão da ficção

Em certas situações,
Até um Santo se tenta,
Mesmo quando a sua idade
Já ultrapassa os oitenta.
 


             Version in
Globish Anglo-Luso (e Buçaco)


Um New Year porreiro,
Merry Christmas com saúde.
Este gift é foleiro.
Dar um melhor … I would.
But
a Ministra Luís,
Our Lady do Dinheiro,
Made me um infeliz,
Very sad, sem dinheiro.



          Versão em
Português pré-moderno

Um Ano Novo porreiro
E um Natal com saúde.
Este postal é foleiro,
Mas dar melhor eu não pude,
Porquanto Dona Luís,
A Senhora do Dinheiro,
Fez de mim um infeliz,
Sempre à rasca, o ano inteiro.


      7 de Dezembro de 2015