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José Estêvão Apagado
Pedestal Vandalizado
José Estêvão, orador
E grande Parlamentar,
Mereceu geral louvor
E foi figura sem par.
No monumento em memória,
Na Praça Municipal,
Em bronze, ficou prá história
Este Aveirense imortal.
Mas as crises actuais,
De civismo e de carteira,
Geraram actos brutais,
Provocaram muita asneira.
O pedestal foi pichado,
Lápides foram tiradas,
Muito bronze foi roubado
E frases estropiadas.
Há anos a esta parte,
Pensou a Edilidade
Iluminar obras de arte,
Existentes na cidade.
No que ao Tribuno respeita,
Foi o mesmo iluminado,
Com uma luz imperfeita,
Debaixo em contra-picado.
Como era fácil supor,
Foi grotesco o resultado,
Tipo filme de terror,
Em Hollywood filmado.
Mas os projectores, no chão,
Mesmo ao pé-de-semear,
Eram grande tentação,
Foram fáceis de estragar.
Ficou em breve às escuras,
Só com luz dum candeeiro,
Uma das maiores figuras
Desta Cidade de Aveiro.
E toda a Praça envolvente,
Com a Estátua solidária,
Apagou-se, totalmente,
Sem uma só luminária.
Da Cidade coração,
Centro cívico ancestral,
À noite é só escuridão,
É negritude total.
Um “ex-libris” e famoso,
Foi considerada dantes,
Hoje é sítio perigoso,
Pra noctívagos passantes.
Pra acabar a brincadeira,
Que já vai perdendo graça,
Acabem com esta asneira
E iluminem a Praça.
E não esqueçam o ZÉ,
Para a Câmara virado,
Não lhe custa estar de pé,
Mas quer ser iluminado!
03.02.2014 |