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N.º 30

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Junho de 1982 

 

Vária


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INTERNATO DISTRITAL DE AVEIRO

RELATÓRIO ANUAL – 1981

Mais um ano se passou com o esforço, dedicação e amor que todos nós demos a esta Instituição, para que os nossos pequenos se sintam o melhor possível, ainda que longe dos seus familiares.

É do conhecimento de todos que a tarefa de educar e fazer os homens de amanhã é bem difícil, principalmente numa época em que a juventude tanto reivindica e até quer prescindir dos conselhos e orientação que os próprios pais ou os educadores acham por bem dar-lhes; e principalmente também porque os nossos rapazes estão traumatizados por acontecimentos na sua vida que os deixaram profundamente marcados e revoltados. É muito difícil e duma responsabilidade tremenda!

No entanto fizemos e faremos cumprir o que estiver ao nosso alcance para o bem deles e para que daqui saiam com possibilidades de virem a singrar na vida.

1 – DA EDUCAÇÃO

O número dos nossos educandos, que frequentou as Escolas Primária, Preparatória, Secundárias, Cerci e Conservatório, foi o seguinte, assim como o aproveitamento obtido:

 
Ensino Primário 46 a) 75 %
Escolas Preparatórias 11 80 %
Escolas  Secundárias 4 100 %
Cerci 4 100 %
Conservatório de Música 1 100 %
 

a) – Entraram de novo + 2, no decorrer do ano.

A semelhança dos outros anos, a Encarregada manteve estreito contacto e participou em todas as reuniões de professores e encarregados de Educação para se manter a par de todas as ocorrências e situações.

Foram conseguidos para os nossos rapazes, todos os subsídios atribuídos pelo NAS E e IASE aos alunos mais necessitados; os Serviços Municipalizados de Aveiro como já acontece há 3 anos, forneceram, a meu pedido, a título gratuito, passes dos autocarros a todos os nossos educandos que frequentam estabelecimentos de Ensino em Aveiro.

Dos alunos das Escolas Secundárias um desistiu logo no fim do 1.º Período. por não ter atingido o nível de rendimento necessário ao prosseguimento dos seus estudos.

Da Cerci, também saiu um educando que foi integrado familiar e profissionalmente por intermédio do Serviço Social do Internato.

Ao terminar o período lectivo, foram matriculados para o ano de 81/82 os seguintes educandos:

Ensino Primário .................... 11

Ciclo Preparatório ................ 11

Escolas Secundárias.............. 3

Cerci ......................................... 3

Conservatório de Música ....... 1

2 – DO SERVIÇO SOCIAL

2.1 – Pedidos de Internamento

Na sequência do trabalho realizado em anos anteriores a Técnica do Serviço Social continuou a deslocar-se ao exterior para acompanhar os agregados familiares dos educandos e analisar, in loco, a situação global de cada caso proposto para internamento.

Pela acção desenvolvida concluiu-se que dos 15 pedidos de internamento.

– 4, sem capacidade de resposta no meio, foram deferidos, caracterizando-se 1 deles de readmissão;

– 3 não foram admitidos; 1 encontrou a solução no meio; os dois outros estavam deslocados, obtendo 1 resposta positiva da instituição adequada;

– 3 deles foram feitos verbalmente esclarecendo-se os interessados dos objectivos da instituição que não respondia aos seus problemas;

– 5 aguardam na Assembleia Distrital o despacho de Sua Ex.ª o Senhor Presidente.

 

QUADRO I – PEDIDOS DE INTERNAMENTO

 
 
Deferidos Indeferidos Anulados A decorrer Total
4 3 3 5 15
 

É de salientar que os pedidos de internamento por um lado, têm vindo a diminuir, por outro, chega-nos ao conhecimento casos muito dramáticos que envolvem crianças com idades inferiores à prevista nos estatutos para internamento e do sexo feminino.

2.2 – Movimento de Internados

Os rapazes que se iniciaram profissionalmente vieram a manifestar de forma progressiva e acentuada, ao longo do ano, a vontade de sair do Internato.

Essa manifestação raramente se traduziu em comportamento exemplar, bem pelo contrário, por atitudes e gestos negativos.

Dos 7 educandos que saíram, 3 tinham atingido o limite de idade, 2 a pedido de familiares, que trataram da sua integração sócio-profissional e 2 por não quererem / 74 / permanecer no IDA. A estes foi devidamente preparada a reinserção familiar, social e profissional.

Entraram 2 menores: 1 a pedido do Comandante da G. N. R. de Aveiro, outro, readmitido, a pedido de sua mãe.

A mobilidade da população do IDA variou entre 74 e 69 elementos.

 

QUADRO 2 – MOVIMENTO DE INTERNADOS

 
 
Entradas Saídas
2 7
 

Encontram-se em experiência de integração 8 educandos.

3 – SAÚDE

Neste campo luta-se com dificuldades grandes em prestar assistência célere e eficiente aos nossos rapazes, principalmente nas consultas de especialidades.

Dr. Manuel Soares mostra-se disponível sempre que solicitado. prestando óptima colaboração e orientação.

Os Centros de Saúde de S. Bernardo e Infantil de Coimbra apoiam-nos na medida do possível e o Centro de Saúde de Aveiro atende, quando necessário, os nossos rapazes para vacinação.

Resta referir o Hospital Distrital. Somos socorridos pelo Banco de Urgência e temos acesso a várias consultas de especialidades. Porém não a todas. Refiro como exemplo a de otorrino, consulta por nós tão solicitada (ao longo do ano ficamos com 5 rapazes propostos para intervenção cirúrgica 2 dos quais foram já atendidos). O Hospital não tem contrato com a Caixa de Previdência a nível desta e doutras especialidades e todos os nossos educandos são utentes. Só por boa vontade de funcionários e do próprio médico tenho obtido as consultas necessárias. O mesmo se passa nos Serviços de Radiologia e Análise onde temos sido atendidos por ter conseguido uma autorização pessoal dos médicos responsáveis. Em Estomatologia nem por meio do Banco de Urgência temos acesso às marcações de consultas, que estão sempre canceladas.

Ainda a este nível e porque o Dr. Pires que uma vez por outra consultava gratuitamente os rapazes mais necessitados, agora se recusa a fazê-lo, dirigi-me aos S. M. S. (Serviços Médico Sociais). Aí há marcações 2 vezes por ano, podendo nós inscrever apenas um número limitado de rapazes. Para os outros resta-nos dirigir aos serviços todos os dias às 8 horas afim de conseguir obter alguma vago. Esta situação é incomportável com a estrutura do IDA.

Torna-se pois urgente a tomada de medidas, no que respeita à saúde dos nossos rapazes, como lá foi referido no relatório do ano passado.

 

QUADRO 3 – CONSULTAS

 
 
H.D.A. C.S.A. C.A.M.J.C. C.S.M.S.B
Urgência Especialidade
15 50 60 7 3
 

4 – ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

27 rapazes frequentaram a catequese durante o ano lectivo 1980/81. 15 foram preparados doutrinalmente no IDA por 2 Monitores que se esmeraram no seu trabalho afim de que alguns fizessem a 1.ª Comunhão Solene. Isto porque as idades e o número elevado proposto para a frequência na Paróquia levou de imediato a uma rejeição, por parte do Pároco, de alguns deles. Foi-lhe pedido, então, apoio pelas Monitoras. Não o negou mas foi demasiado escasso, sentindo-se as senhoras muito entregues ao seu próprio método, orientação e capacidade.

8 fizeram a Comunhão Solene, sendo 5 deles preparados no IDA.

A festa, realizada no dia de Corpo de Deus, foi toda ela singeleza, encanto, alegria e participação total das crianças, familiares e pessoal da Instituição.

Para 1981/82 foram inscritos na Paróquia 25 rapazes. 5 continuam a cargo de uma Monitora.

Dada a falta de resposta à Instituição por parte da Paróquia diligenciou-se junto dos Missionários Combonianos, em Aradas, que pronta e simpaticamente aceitaram vir ao IDA estar, conversar, ensinar, transmitir amizade em palavras, música, slides, filmes.

Os nossos rapazes estão encantados e têm participado positivamente.

5 – O QUOTIDIANO

Na Instituição os dias repetem-se com as mesmas tarefas a cumprir, deveres, diferentes diversões, o espírito que se deseja sempre de família. E em duas épocas do ano se irmanam mais os nossos rapazes na participação do dia-a-dia: férias grandes e Natal.

As férias são organizadas de modo a que cada um passe um período determinado de tempo na família, na Instituição e na praia. Uma vez mais recorreremos à Escola Primária da Barra – «o Hotel de 5 Estrelas» para as férias balneares. Colaboração eficiente, amizade, humilde entre o grupo de adultos e cada um dos rapazes saldou-se numa quase perfeita família, unida e feliz.  / 75 /

Também no Natal transparece em cada rosto uma alegria nova, uma renovada esperança. E há frenesim nas canções que se ensaiam, limpezas realizadas, estreia do vestuário, conversação que mantêm na ânsia da chegada do dia grande. 18 de Dezembro é mais cor, brinquedos, mimos, alegria. A participação é de todos mas com realce, este ano, para o Pároco de Cacia e um grupo de jovens que divertiram com canções, danças e ilusionismo e um dos nossos educandos que, de improviso, abriu triunfalisticamente, com trompetes e tambores, a festa.

6 – DAS ACTIVIDADES ADMINISTRATIVAS

O custo de vida subiu e consequentemente aumentaram as despesas, embora todas as aquisições feitas para o Internato sejam as absolutamente necessárias e imprescindíveis e procurando sempre os armazéns ou fábricas para que o seu fornecimento se torne mais económico.

Este ano também a conservação da casa, caldeiras, depósitos e electrodomésticos ficou bastante dispendiosa porque estão em funcionamento há quase dez anos e há que as reparar.

Por outro lado o ano agrícola foi mau e o abastecimento que a quinta nos dá foi seriamente afectado. Tivemos que, a conselho do Senhor Eng.º Barros da Cruz acabar com o pomar que, apesar de todos os anos ser tratado com produtos por ele indicados foi invadido pela lagarta de duas cabeças que tornou ocos os troncos e ramos das macieiras dando como resultado uma produção mínima. Para que o bicho desapareça, esse terreno vai ser semeado a batatas durante peta menos dois anos. Os pessegueiros também foram arrancados a conselho do mesmo Senhor Eng. por a produção ser nula já há anos, e aí serem se meadas batatas e feijões.

Há ainda o terreno que fica no exterior da quinta onde sempre se tem semeado batatas porque também deu pouco rendimento – um terço da produção do ano passado – vamos mudar para feijão durante dois anos a fim de a terra descansar.

Estas foram as modificações que a quinta sofreu para termos no futuro um melhor rendimento.

A produção referente a este ano foi a seguinte:

Abóboras ....................................... 500 kg.

Alhos ................................................. 55  »

Batatas ......................................... 4134  »

Cebolas .......................................... 450  »

Ervilhas ........................................... 150  »

Favas ............................................... 205  »

Feijões ............................................. 435  »

Tomates ................................... ....... 118  »

Alfaces ............................................... 80 pés

Hortaliças ....................................... 3257  »

Cebolo de plantar .............................. 40 molhos

Grêlos ....................................... ....... 414     »

Pepinos ............................................... 71

Frutas

Maçãs ....................................... .........425 kg.

Peras ................................................... 89   »

Laranjas ............................................... 40   »

Carnes

Coelho .................................................. 40 kg.

Frangos ................................................ 68  »

Porco ................................................ 1135 »

Bonsucesso, 22 de Fevereiro de 1982.

A Directora,

Maria do Rosário Reis

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CASA DA CRIANÇA DE ALBERGARIA-A-VELHA

RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES DURANTE O ANO DE 1981

A Casa da Criança continua a cumprir a missão específica para que foi criada: – Acolher, educar e recrear as crianças durante o trabalho das mães.

Com a evolução da vida moderna, cada vez mais a mulher tem necessidade de trabalhar fora do lar. Essa necessidade, se em muitos casos é de ordem económica, pode ser também por desejo de realização profissional e pessoal, ou até pela instabilidade da vida actual.

A Casa da Criança não só responde a estas necessidades procurando supletivamente substituir a mãe, como educar e promover a integração da criança em grupos, preparando-a para a sua futura inserção na vida social do País.

DO FUNCIONAMENTO DA CASA: – A confirmação do acima exposto é-nos dada pela frequência e constantes pedidos de admissão. Isto, apesar da existência de 2 Jardins Infantis particulares e duma classe Infantil no Colégio.

A Casa continua a ser frequentada por crianças de todos os estratos sociais, sendo as mensalidades calculadas / 76 / segundo o rendimento familiar. Parece-nos bastante positiva a existência das mensalidades, responsabilizando os pais e levando-os a interessarem-se e a participarem na vida da Casa.

As crianças estão divididas por grupos etários, tendo cada grupo uma responsável, o que permite melhor acompanhamento.

A CRECHE recebe crianças dos 3 meses aos 3 anos. A idade limite da passagem do grupo não é rígida. Depende da evolução e desenvolvimento da criança.

A alimentação é feita de acordo com as regras da moderna dietética infantil.

Dos 3 meses aos 2 anos estão no Berçário e dos 2 aos 3 anos noutra sala com uma responsável.

JARDIM INFANTIL (3 aos 6 anos) – As crianças estão distribuídas em 2 salas e as actividades a que se entregam durante o dia são correspondentes às idades e ao desenvolvimento psíquico e psicológico.

Nas visitas a Instituições similares, temos verificado que esta Casa da Criança não se acha de modo algum atrasada ou em situação de inferioridade perante elas.

ACTIVIDADES – Além das actividades diárias e normais numa Casa da Criança, temos procurado proporcionar outras como: passeios para Jardins Públicos ou matas, o que permite às crianças exteriorizar melhor a sua natural vivacidade e respirar ar menos poluído.

Sempre que nesta Vila há espectáculos ou festas infantis, as crianças desta casa a elas assistem.

Nas festas principais como Natal, Carnaval e Páscoa, organizámos uma festazinha, o que muito agrada não só às crianças como aos pais.

Como de costume, terminámos o Ano Escolar com um passeio, desta vez ao Palácio de Cristal no Porto e à Casa do Gaiato de Paço de Sousa.

Temos procurado melhorar sempre os serviços desta Casa, introduzindo actividades que correspondem às necessidades sentidas. Este ano pareceu-nos que a ginástica seria a mais necessária. Numa reunião de pais lançámos a ideia, que foi muito bem acolhida e participada, pois que os pais pagam (80$00 mensais) à professora que 2 vezes por semana vem dar a ginástica.

OBRAS – Este ano a Casa foi beneficiada com grandes obras interiores de que estava bastante carecida. A cozinha foi pintada. alguns móveis foram substituídos e outros sofreram beneficiações e o pavimento foi alcatifado com plastificado. Esta divisão carece ainda dum frigorífico e dum fogão, pois o existente é pequeno para as necessidades, além de ter o forno totalmente avariado, devido aos longos anos de trabalho.

Duas salas foram completamente remodeladas, e as restantes também foram pintadas na medida das necessidades.

NECESSIDADES MAIS PREMENTES: – O fogão, como acima referimos e a pintura exterior do edifício, sobretudo as janelas e portas que se encontram bastante deterioradas.

CONCLUSÃO: – Sendo as crianças o nosso mais valiosos património e a esperança dos anos futuros, a sua educação deve merecer-nos todos os cuidados.

Uma Casa da Criança exige de quem nela trabalha uma doação total e o esquecimento do espírito mercenário.

De nossa parte esperamos ter cumprido neste espírito a nossa missão, procurando fazer felizes as crianças da nossa terra.

Albergaria-a-Velha, aos 15 de Fevereiro de 1982.

A Encarregada-Geral.

Maria Margarida Correia Tavares

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CASA DA CRIANÇA DE ÁGUEDA

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DURANTE O ANO DE 1981

CONSIDERAÇÕES GERAIS: – A Casa da Criança de Águeda deu assistência a 101 crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade escolar.

Na sua maioria os pais das crianças, que frequentam a Casa da Criança trabalham, daí a recorrerem a este estabelecimento de assistência. Outros há que o fazem pelo facto de ser benéfico no desenvolvimento psico-social da criança o contacto com outras crianças e com técnicas de educação.

O ano de 1981 trouxe à Casa da Criança, especificamente às suas crianças, aquilo que elas mereciam: uma carrinha, que as transportasse na ida para a Casa da Criança e no regresso a casa.

Esta carrinha foi adquirida por uma Comissão de Pais que junto do Concelho Aguedense e nos seus Concelhos limítrofes fizeram o seu peditório.

Mais uma vez a escola do Magistério Infantil de Coimbra escolheu esta Instituição para estágio de alunas do 3.º ano daquela escola.

Em número de duas estagiárias, iniciaram o estágio em Outubro de 1980 e terminaram em Julho de 1981. Em Outubro de 1981 a Escola do Magistério Infantil de / 77 / Coimbra decidiu acabar com o tempo de estágio nesta Instituição, em virtude de não existir nenhuma Educadora de Infância no quadro, que pudesse auxiliar as estagiárias durante o seu estágio.

A Casa da Criança iniciou o ano com um défice de pessoal, face às crianças a que dá assistência.

Assim como não consegue dar resposta aos inúmeros pedidos de pais que pretendem que os filhos frequentem esta Instituição.

ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS AO LONGO DE 1981: – Durante o ano de 1981 por duas vezes crianças desta Instituição se deslocaram a Coimbra ao Portugal dos Pequeninos. Da primeira vez foram as crianças dos 5 anos aos 6 anos, que, aproveitando a deslocação ao Portugal dos Pequeninos, visitaram também a Radiodifusão Portuguesa – Zona Centro.

Da segunda vez, a deslocação foi apenas ao Portugal dos Pequeninos e desta vez foi feita pelas crianças dos 4 aos 5 anos.

Em Julho as crianças entre os 3 e 5 anos foram várias vezes passar os dias ao rio onde tomaram o seu banho.

Este ano iniciou-se mais uma actividade: A educação física. Esta foi conseguida através da Casa do Povo de Águeda. E assim, 2 vezes por semana, as crianças têm educação física, pagando cada criança uma pequena mensalidade de 20$00.

Também em 1981 e através de contactos estabelecidos com a direcção da Empresa Cinematográfica de S. Pedro, SARL foram concedidas a esta Instituição 10 bilhetes para a sessão Infantil da manhã de domingo. E assim das 68 crianças que frequentam a secção do jardim infantil, cada domingo vão 10 crianças acompanhadas por uma funcionária.

No Natal efectua-se uma festa com a distribuição de prendas. Nesta festa participaram os pais das crianças num lanche convívio.

Pelo Carnaval, a convite do Infantário, as crianças foram todas fantasiadas com as educadoras jogar o Carnaval, onde passaram a tarde e lancharam. Esta festa teve lugar do Infantário de Águeda. As crianças ficaram radiantes e felizes com esta festa.

Ao longo de 1981 efectuaram-se 2 reuniões de Pais para tratar de assuntos relacionados com as actividades desenvolvidas pelas crianças desta Instituição.

OBRAS FEITAS NA CASA DA CRIANÇA: – Foi ampliado o dormitório com a aplicação de um tecto falso e seu alcatifamento; Vedação de umas escadas, que dão para o primeiro andar, para o dormitório ficar mais aconchegado e ser mais fácil o seu aquecimento. Mais se fez na secção do Infantário: alcatifar os corredores e uma sala.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA CASA: – A Casa da Criança funciona com: 1 Encarregada-Geral; 2 monitoras; 3 serventes; 1 cozinheira e 1 ajudante de cozinha.

Com a entrada em funcionamento da carrinha, o quadro do pessoal da Casa da Criança, alargou-se a 1 motorista.

O horário adoptado pela Instituição é o mesmo dos anos anteriores, ou seja, abertura às 7,30 horas e encerramento às 19 horas. Salientamos que este é o horário que mais convém à grande maioria dos pais.

O pessoal é distribuído por duas secções que esta Casa tem: a secção de Infantário e a secção de Jardim de Infância.

Na secção de jardim de infância, com a frequência de 68 crianças com idades compreendidas entre os 2 anos e a idade escolar, trabalham 4 funcionárias. É de realçar que nesta secção as crianças estão divididas por 4 salas de actividades. Numa sala com crianças dos 2 aos 3 anos. Outra com as crianças dos 3 aos 4 anos. E outra com crianças de 4 anos. E ainda outras com crianças dos 5 aos 6 anos.

Estas salas funcionaram com o apoio das educadoras estagiárias.

A secção de Infantário com 16 crianças desde os 3 meses até aos 2 anos, funciona com uma funcionária, sendo ajudada por outra nas horas das refeições. No final do ano existiam 13 crianças com a idade compreendida a partir dos 3 meses até aos 2 anos, e 88 desta idade até aos 5 anos.

Na cozinha trabalha uma cozinheira auxiliada quando necessário pela ajudante de cozinha.

A supervisionar estas duas secções e a cozinha está a Encarregada-Geral.

Esta Instituição encerrou para férias no mês de Agosto.

NECESSIDADES MAIS PREMENTES DA CASA DA CRIANÇA: – Será a garagem para abrigar a carrinha da chuva, que se está a deteriorar.

De grande necessidade é a pintura de todas as paredes do interior da Casa, que se encontram muito feias.

O salão interior, que serve de recreio tem os tacos a levantar.

Esperamos, que esta Casa continue a atender todas as mães, que trabalham e não têm quem lhes tome conta dos seus filhos, e lhes dê aquilo que muitos deles não têm em suas casas.

Águeda, 15 de Janeiro de 1981.

A Encarregada-Geral.

Alice Diniz Carvalho Antunes Neves

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CASA DA CRIANÇA DE MEALHADA

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DURANTE O ANO DE 1981

O ano de 1981 decorreu de acordo com os problemas da vida actual, que exige cada vez mais o trabalho da mulher (mãe) fora do lar, impondo à sociedade a existência de Estabelecimentos de Assistência à criança.

A Casa da Criança da Mealhada exige de todo o pessoal muitos deveres e obrigações que nem sempre se podem cumprir correctamente, mas sempre dentro das possibilidades existentes a fim de procurar que as crianças, em idade pré-escolar se sintam felizes e ao mesmo tempo evitar que fiquem na rua, ou entregues a vizinhos.

Em 1981 esta Casa da Criança funcionou com o seguinte pessoal:

1 – Encarregada-Geral

1 – Monitora

1 – Cozinheira

3 – Serventes

1 – Jardineiro

Afigura-se extremamente necessário uma monitora para o Sector da Creche.

Foi instaurado um processo disciplinar à cozinheira por motivo de desobediência e agressão na face a uma criança de dez meses de idade, motivo pelo qual deu entrada uma nova cozinheira especializada. Primeiramente permaneceu a título de contrato a prazo e mais tarde foi admitida no quadro.

FREQUÊNCIA DA CASA

O ano de 1981 entrou em actividade em Janeiro com crianças de ambos os sexos, sendo da Secção da Creche, do Jardim de Infância.

SECÇÃO DA CRECHE

A Secção compreende crianças entre os 3 meses e 3 anos de idade e subdivide-se em 2 grupos;

1.º – é o berçário

2.º – é dos 2 aos 3 anos

Esta Secção funciona apenas com uma funcionária (servente) a tempo inteiro, sendo auxiliada por outra quando necessário (servente que também auxilia na cozinha e em limpezas).

Na Creche nota-se muito a falta de uma monitora devidamente qualificada por motivo de ser a idade que requer mais cuidados e preocupações para o bom desenvolvimento e psicologia das crianças, motivo pelo qual o pessoal existente não corresponde de modo algum a estas exigências.

JARDIM DE INFÂNCIA

A Secção do Jardim de Infância é subdividida em 2 grupos;

O 1.º é dos 3 aos 4 anos. O 2.º é dos 4 aos 6 anos.

Cada um dos grupos está entregue a uma unidade de pessoal:

O 1.º a uma servente

O 2.º a uma monitora

De facto e dada a falta de pessoal técnico, o trabalho torna-se muito mais difícil para o pessoal existente, visto não ter especialização e ser exigido um trabalho muito sério e adequado às crianças e suas idades.

ALIMENTAÇÃO

Procura-se que a alimentação das crianças corresponda às normas exigidas pela dietética infantil.

SAÚDE

No aspecto da saúde começará a funcionar nesta Casa da Criança o consultório médico com visitas de um médico do Centro de Saúde local uma vez por mês, logo que sejam concluídas as obras de construção em curso.

FÉRIAS

A Casa da Criança encerrou para férias de pessoal durante o mês de Julho.

FESTAS

No Natal a Casa da Criança já se encontrava encerrada para obras, mas dentro das possibilidades da altura fizemos uma pequena festa com as crianças e familiares seguida de um lanche e distribuição de brinquedos e guloseimas.

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OBRAS FEITAS NA CASA

Durante o ano de 1981, foi elaborada uma empreitada da qual constava a revisão de todo o edifício e de acrescento destinado a uma lavandaria e duas salas. Também fazia parte:

– Pintura interior e exterior

– Reparação de estuques

– Reparação da instalação eléctrica

– Reparação de madeiras

– Colocação de alcatifas plásticas em quase todos os compartimentos do edifício.

MATERIAIS FORNECIDOS

– Convectores eléctricos

– Cilindro eléctrico para aquecimento de água

– Tecido para batas de pessoal

– Tecido para bibes

– Tecido para lençóis

– Tecido para colchas

– Cobertores

NECESSIDADES MAIS PREMENTES

– Material didáctico variado

– Pessoal especializado

– Mobiliário

– Cortinas

– Persianas

– Fritadeira eléctrica

– Reparação de baloiços

– Reparação de camas da secção da Creche

– Substituição do fogão existente

– Vedação dos terrenos anexos ao edifício

Esperamos que as obras sejam concluídas o mais rápido possível e estamos com esperanças de que no novo ano se continue a cumprir cada vez melhor a missão que nos foi confiada pelos pais e pela Assembleia Distrital.

Mealhada, 19 de Março de 1982.

A Encarregada-Geral.

Silvina de Paiva Macedo Simões


 

páginas 73 a 79

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