No ano seguinte, 1975, mais três
clubes se inscrevem (passavam a ser onze) e o número de atletas
cresce substancialmente, atingindo um total de 412 (contra 230 do ano
anterior). A Associação de Desportos de Aveiro passa a ser a segunda
associação do país, a seguir a Lisboa, em número de atletas filiados
na Federação. O entusiasmo pela modalidade atingia os clubes do
distrito para a sua prática.
O destaque maior deste ano de 1975
vai para uma “miúda” de 13 anos, a representar o Clube Desportivo de
Estarreja, Glória Marques, nome que todo o país “atlético” foi
obrigado a conhecer.
Bateu o record nacional da prova de
800 m., para o escalão de iniciadas, por três vezes, em 18 de Maio,
em 8 de Junho e em 6 de Julho, fixando-o em 2 m. 19,0 s, marca que
era a 12 ª pela tabela internacional.
Aliás, já no ano anterior, esta
atleta se fizera notar, a ponto de a Federação a distinguir com
diploma e distintivo, o que só fazia a atletas a quem reconhecia
categoria.
Glória Marques, neste ano de 1975,
foi campeã nacional da prova de 800 m., em iniciadas (o seu escalão,
por enquanto), em 4 de Maio, em juvenis, em 18 de Maio, em juniores, em
8 de Junho, e em seniores, em 6 de Julho. Note-se o potencial desta
jovem que, com apenas 13 anos, se “dava ao luxo” de ser campeã em
todos os escalões, incluindo seniores.
Estaria em Outubro em Sarrebruque,
na Alemanha, para o I e II Torneio desta cidade, para atletas
juvenis e juniores (ela ainda iniciada) e, no Luxemburgo, no Torneio
de Dudelange. Foi 2ª na prova de 400 m. e venceu os 800 m., em
Sarrebruque; e venceu os 600 m., em Dudelange.
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Glória Marques a
caminho da vitória nos 800 m. |
Referindo ainda campeões nacionais
neste ano, no campeonato nacional de
corta-mato, Bárbara Nunes, do Estarreja, foi 1ª em juniores
femininos, e o Estarreja, campeão colectivo em iniciados femininos,
com a obtenção do 2º (Glória Marques), do 3º (Isolina Bezerra), do
7º e do 10º lugar.
De Barbara Nunes dizia o jornal “A
Bola” de 2 de Março que impressionou a categórica corrida desta
júnior, que bateu folgadamente a campeã de Lisboa, Alda Oliveira.
No campeonato nacional de juvenis em
pista, Adelaide Meireles, do Ginásio Clube de Águeda, foi campeã da
prova de 1.500 m., com o bom tempo de 4 m. 59,5 s.
No jornal desportivo “A Bola” de 9
de Junho de 1975, sob o título “Está na província o futuro da
modalidade” dizia-se que “os resultados técnicos realizados pelos
atletas da província, deixaram-nos tranquilos quanto ao futuro da
nossa modalidade, tanto mais que se aguarda que a Direcção-Geral dos
Desportos e a Federação possam, finalmente, dar às respectivas
Associações aquelas estruturas que lhes têm faltado e que, por maior
das boas-vontades que existam nos dirigentes – e nós sabemos que
existem – são, a partir de agora, absolutamente indispensáveis. O
trabalho realizado /.../ pelo Estarreja, /.../ pela Ovarense, pelo
Ginásio de Águeda, /.../ pelo Gafanha, /.../ não pode deixar ficar
indiferentes os dirigentes responsáveis pelo grande esforço que
representa.” E depois: “Também nos 800 metros, Glória Marques, do
Estarreja, que só tem alguns meses de treino e 13 anos de idade,
ganhou, folgadamente, com 2 m. 20,3 s., tempo que constitui máximo
nacional da sua categoria. Apesar da sua inexperiência e juventude
é, actualmente, a melhor portuguesa da distância e irá representar,
muito justamente, Portugal na eliminatória da Taça da Europa que se
realiza, em Madrid, no próximo sábado.”
Acrescente-se que também esteve
presente num Portugal-Espanha para atletas juvenis, que teve lugar
em Salamanca, tendo sido a melhor portuguesa nos 800 metros.
A nível do centro do país, a
superioridade de Aveiro sobre as suas congéneres constatou-se num
“Torneio da Beiras”, em corta-mato, em que a Associação de Aveiro
venceu colectivamente em infantis femininos e masculinos, iniciados
femininos, juvenis femininos, juniores femininos e seniores
masculinos, com vitórias individuais de Anabela Oliveira, Amílcar
Teixeira, Glória Marques, Adelaide Meireles, Bárbara Nunes, Manuel
Rocha e Mário Cordeiro.
Nos campeonatos nacionais de
iniciados, disputados em Viseu em 3 e 4 de Maio, para além do título
de campeã nos 800 m. de Glória Marques, é de realçar os 4º e 5º
lugares de Aldina Figueira e Isolina Bezerra, do Estarreja, e o 6º
lugar de Isilda Eduardo, da Sanjoanense, na mesma prova, mostrando a
força de jovens do distrito no meio-fundo. Também uma outra jovem do
Sanjoanense, Graça Silva, se mostraria uma “sprinter” a ter
em conta, pois alcançaria um brilhante 2º lugar nos 80 metros
planos, logo a seguir a Maria João Lopes, do Sporting, que viria a
ser campeoníssima a nível nacional. Com estes resultados ficava
demonstrado o potencial dos jovens do distrito para a prática da
modalidade, assim lhes proporcionassem idênticas condições de treino
(instalações e técnicos) às dos clubes da capital.
Nos nacionais de juniores, em
Lisboa, a 7 e 8 de Junho, o destaque vai para Manuel Rocha, do
Gafanha, vice-campeão na prova de 2.000 m. obstáculos, e em 4º lugar
na prova de 5.000 m., nesta batendo o record de Aveiro, isto
no que respeita a atletas masculinos. Em femininos, mais uma vez
Glória Marques, a vencer os 800 m., com Adelaide Meireles, do
Águeda, em 3ª, Isolina Bezerra e Aldina Figueira, do Estarreja, em
5ª e 7ª posições. Nos 1.500 m., Clarinda Valente, do Estarreja, foi
3ª e Adelaide Meireles 4ª. Ainda dignos de registo o 5º lugar de
Olívia Elvas, nos 400 m., o 5º lugar de Graça Silva, nos 200 m., e o 4º
lugar de Cristina Ramalho, da Sanjoanense, nos 400 m. barreiras.
Nos campeonatos nacionais absolutos
femininos, para além do bom tempo de Glória Marques nos 800 metros,
já referido anteriormente e que era máximo nacional de iniciadas, é
de realçar o 3º lugar de Clarinda Valente, do Estarreja, nos 1.500
m., o 5º lugar de Isilda Eduardo, da Sanjoanense, na mesma prova, o
2º lugar de Isabel Duarte, da Ovarense, nos 3.000 m., com Isilda
Eduardo em 3º na mesma distância, o 4º lugar de Bárbara Nunes, do
Estarreja, nos 400 m. barreiras, e o 4º lugar de Graça Silva, da
Sanjoanense, nos 200 m.
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Vimos referindo atletas da A. D.
Sanjoanense a obterem bons resultados nos nacionais. Isto
significa o incremento que a modalidade teve em S. João da
Madeira, de tal modo que o clube foi campeão por equipas,
batendo o Gafanha e o Beira-Mar, clubes que em anos anteriores
tinham sobressaído. Em Junho, no campeonato distrital absoluto,
e que contava como apuramento para o nacional da III divisão, a
Sanjoanense venceu com 151 pontos e 9 títulos, contra 129 pontos
e 6 títulos do Gafanha e 102 pontos e 4 títulos do Beira-Mar, as
três equipas que funcionavam no momento como tal. Oliveirense,
Veiros e Codal pouco contavam na altura.
No nacional da 3ª divisão, disputado
a 21 e 22 de Junho, a Sanjoanense ficou em 5º, com o Gafanha em 7º e
o Beira-Mar em 9º, posições que confirmavam a classificação das
mesmas equipas no distrital. |
Manuel Rocha, à
esquerda, dando boa réplica ao categorizado Aniceto Simões.. |
Neste campeonato, os melhores
resultados dos atletas de Aveiro foram:
Manuel Rocha, do Gafanha, 2º nos
5.000 m.
João Rocha, do Gafanha, 1º nos
10.000 m.
Albano Braga, da Sanjoanense, 2º
nos 10.000 m.
António Melro, do Gafanha, 4º nos
110 m. barr. e 2º nos 400 m. barr.
Mário Cordeiro, do Beira-Mar, 2º
nos 3.000 m. obst.
Manuel Rocha, do Gafanha, 3º na
mesma prova
José Madeira, da Sanjoanense, 3º
na vara e 4º na altura
Estanislau Tavares, da
Sanjoanense, 1º no disco e 2º no peso
Nuno Leitão, do Beira-Mar, 2º no
dardo
Elisiário Patarrana, do
Beira-Mar, 2º no disco
Manuel Resende, da Sanjoanense,
1º no martelo
Registe-se que a Associação de
Desportos de Aveiro promovia já um extenso calendário de provas de
inverno e de pista, tendo realizado neste ano 11 eventos de provas
de corta-mato e estrada e 15 eventos de provas de pista. |